De presidente da junta a presidente da câmara

Isaura Morais, 44 anos, começou pelo patamar mais baixo do poder local, como presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, e poucos acreditavam que pudesse desalojar o “dinossauro” socialista Silvino Sequeira da presidência da Câmara Municipal de Rio Maior, onde se encontrava há 24 anos. Mas a verdade é que “Zámi”, como é carinhosamente tratada pelos mais próximos, não só ganhou como obteve maioria absoluta à frente de uma coligação que aliou o PSD, o CDS e um movimento de independentes.Nascida e criada num dos lugares de Rio Maior, Fonte da Bica, a 400 metros das salinas, a autarca assume-se como uma mulher simples, que ajudou muitas vezes o pai no trabalho da terra. Fez teatro e dançou num rancho. Mãe de uma filha, ficou viúva aos 33 anos e teve de reaprender a viver. Criou uma empresa, estudou e entrou na política de forma fulgurante. Passou de ilustre desconhecida a um dos rostos da renovação do PSD a nível local e regional, entrando nos quadros dirigentes da distrital “laranja”.O seu charme discreto deu uma nota de frescura ao panorama político e autárquico regional. “Talvez tenha contado mais a juventude, o efeito novidade, o facto de ser mulher. Acho que foi um somatório de vários factores”, diz quando instada a explicar se o visual contou nos sucessos eleitorais.É uma pessoa que dá importância aos afectos é fiel aos amigos. Carlos Frazão, seu vice-presidente na câmara, além de ter sido seu professor foi seu padrinho de casamento. Formada em Gestão de Recursos Humanos com uma pós-graduação em Gestão de Marketing, é sócia de uma empresa familiar na área das artes gráficas.Tornou-se militante do PSD em 2001 e aos poucos começou a viver mais de perto as questões da política e a ter uma ligação maior quer com a concelhia quer com a distrital do partido. Em 2005 aceitou o desafio de se candidatar à Junta de Freguesia de Rio Maior e ganhou. “Quando me fizeram o convite para a junta, a princípio estranhei e depois achei que deveria ser interessante e que estava à altura”.O seu falecido marido tinha sido vereador do PSD na câmara no mandato de 1993. Além disso, a ligação mais próxima que tivera com a câmara municipal fora através da irmã que trabalhou durante 17 anos no gabinete do ex-presidente da câmara, Silvino Sequeira. Quando se candidatou à junta de freguesia mal imaginava que viria a ser a sucessora do autarca socialista na câmara. “Já me perguntaram se quando me candidatei à junta foi com a câmara no horizonte. De forma alguma”, garante. “O que me vai no coração e na alma transmito-o. Sou uma pessoa terra a terra. Quando sofremos percalços na vida, isso faz-nos ser mais serenos e tranquilos. Quando passamos pelos problemas achamos que tudo o mais tem solução. Aprendi a relativizar a dor. Não entro em estado de choque às primeiras. Sou ponderada e espontânea”, diz traçando o seu perfil.

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