À terceira foi de vez

Persistência é um traço de carácter que assenta que nem uma luva na sua carreira política. Com um currículo rico de onde constam cargos como os de deputado, de Governador Civil de Santarém e de presidente da Federação Distrital do Partido Socialista, para o qual foi reeleito recentemente, Paulo Fonseca só conseguiu chegar ao lugar mais ambicionado, o de presidente da Câmara Municipal de Ourém, à terceira tentativa. Mesmo assim fez história, tornando-se o primeiro socialista a liderar aquele município, onde o CDS, primeiro, e depois o PSD dominaram desde o 25 de Abril de 1974.Paulo Fonseca, 47 anos, assume-se como um político que gosta de correr riscos e sabe que se expôs a uma travessia do deserto caso a terceira tentativa falhasse. Talvez por isso diga que o que faz falta na política é pessoas de coragem. “Tenho consciência que se tivesse perdido as eleições passaria a ser persona non grata em todos os circuitos políticos, como se as minhas qualidades e os meus defeitos tivessem desaparecido de um dia para o outro”, disse a O MIRANTE poucos dias depois de ter sido eleito. A verdade é que, aproveitando o desgaste e as divisões no PSD local e apostando numa campanha agressiva, as coisas acabaram por correr bem, ganhando a câmara com maioria absoluta. “Gosto muito da minha terra e há muitos anos que ambicionava dar um contributo liderando um conjunto de factores potenciais do concelho”. Digerida a vitória, chegaram as preocupações causadas pela débil situação financeira que diz ter encontrado na autarquia. A criação de um pelouro de Fátima foi uma das inovações da sua gestão, consciente da importância que a cidade santuário tem no contexto local e nacional. “O país precisa que Fátima tenha a visibilidade que merece e para isso tem que reequacionar um conjunto de coisas ao nível do urbanismo, da segurança, do ordenamento do território, da educação, do desporto. São seis milhões de visitantes por ano. Não é brincadeira”, diz.Sócio de várias empresas e formado em Contabilidade e Gestão de Empresas, Paulo Fonseca foi durante muitos anos bancário e tem sido um dirigente associativo activo no concelho de onde é natural, designadamente nos Bombeiros Voluntários de Ourém e num jardim-de-infância da cidade. De ar jovial e hábil comunicador, na sua juventude foi campeão nacional de corta-mato, vocalista e guitarrista num grupo de baile. Foi também na juventude que se iniciou na militância política e partidária, através da Juventude Socialista onde também chegou a líder distrital. O tempo que tem disponível não lhe permite alimentar como gostaria a paixão pelos livros e pela leitura. O Sporting é a sua preferência clubística. O médico já lhe recomendou que fumasse menos, mas tem sido difícil cumprir o conselho. Até porque o ritmo de vida acelerado não ajuda.

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