Um autarca que resiste à tentação de pensar que as suas decisões são sempre as melhores

Fernando Corvêlo de Sousa, 62 anos, jurista, é tomarense de gema, nascido na Praça da República a poucos metros dos paços do concelho. Estudou no Colégio Nuno Álvares como aluno externo antes de ir para a faculdade. Depois de fazer a tropa, chegou a ser director comercial numa moagem, o que lhe deu uma experiência empresarial que considera muito importante. “Não tenho medo do risco, no sentido de que gosto de experimentar, de desbravar novos caminhos. Isso fez parte da minha vida. Não fui só advogado e concluí o curso já a trabalhar”, explicou a O MIRANTE numa entrevista que deu a 28 de Outubro de 2008. Alto e magro tem uma voz e uma postura que transmitem serenidade. É visto com uma pessoa calma e ponderada. Apesar de reservado consegue lidar bem com a exposição pública e afirma que o contacto com os munícipes lhe dá prazer, designadamente quando se desloca às freguesias. "Não faço esforço nenhum. Se as pessoas gostam de estar comigo ou não, isso já é uma pergunta para lhes fazer a elas".Casado e sem filhos, já estava habituado à intervenção pública antes de chegar à Câmara. Foi dirigente de várias associações e tinha escritório de advocacia na cidade que o viu crescer. Melómano, costuma trabalhar ao som de música clássica. Os cigarros são uma companhia de que não se consegue libertar. Foi director da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo e esteve na origem da Caixa Agrícola do Ribatejo Norte. Antes de assumir funções autárquicas era sócio-gerente de uma empresa de comercialização de maçãs de Moimenta da Beira, terra do pai e a que mantém ainda forte ligação. Assumiu a presidência da Câmara Municipal de Tomar em Fevereiro de 2008, após o titular do cargo, António Paiva, ter renunciado ao mandato para ocupar um cargo na CCDR Centro. Fê-lo sem qualquer constrangimento e com uma perspectiva lúcida da situação. "Em tudo o que é política é importante ter a noção que quem está a fazer tem a sua própria noção das coisas. Quem está de fora tem uma posição muito mais objectiva para avaliar. E eu tenho sempre isso em conta. Do ponto de vista subjectivo acho que a actividade e a presidência da câmara é nitidamente estimulante. Tem-se a capacidade de fazer aquilo que entendemos ser importante". Afirma que não se deixa cair na tentação de pensar que as decisões que toma são sempre as mais correctas. "O poder tem aspectos positivos, o poder escolher ou propor alternativas é estimulante. Mas não podemos deixar de ter a perfeita noção de que as nossas opções em cada momento podem ser erradas." Mesmo de férias nunca desliga o telemóvel e, se por algum motivo, não consegue atender a chamada, retribui a ligação logo que pode. Ganhou as eleições de 2009 como cabeça de lista do PSD, partido do qual não é militante, com maioria simples. Governa o município em coligação com o PS. O acordo entre PSD e PS para a gestão partilhada do município traduziu-se pela atribuição de pelouros aos dois eleitos do PS e pela inclusão de elementos socialistas na mesa da assembleia municipal.

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