Um economista à frente dos destinos de Azambuja

O socialista Joaquim Ramos cumpre o terceiro e último mandato ao leme da Câmara Municipal de Azambuja. Nas últimas eleições autárquicas reforçou a maioria PS no executivo, conquistando mais um vereador e fazendo o PSD perder terreno. A requalificação urbana de Azambuja, no âmbito do programa Polis, foi uma das suas grandes obras.Joaquim António de Sousa Neves Ramos, 60 anos, é licenciado em Economia. Foi professor universitário e exerceu funções de Director Geral do Ambiente e Espaços Verdes na Câmara Municipal de Lisboa. A eloquência, a acutilância no combate político e a inteligência são características que lhe são reconhecidas pelos pares. Em entrevista a O MIRANTE reconheceu ter um especial dom para o improviso. “É uma capacidade que tenho. Flexibilidade de raciocínio. Pronta capacidade de virar o discurso, o pensamento, a atitude”. O autarca lamenta a falta de participação cívica. “Fora dos períodos eleitorais não há grande sentido crítico. E mesmo esse é, na generalidade, extremamente destrutivo”.Filho de funcionários públicos da Direcção Geral de Florestas, tirou o Curso Complementar dos liceus, no Liceu Nacional de Santarém, com média final de 15 valores, e teve uma infância confortável.A escrita é uma das paixões do autarca, autor de “Contos Semi-breves”, obra com a chancela de O MIRANTE. O livro foi escrito ao longo de vários fins-de-semana passados na casa de praia da Nazaré e no local que Joaquim Ramos considera o mais inspirador de todos – a Ilha do Pico, nos Açores. Muitas dos personagens que criou são inspiradas em pessoas do concelho de Azambuja. Escreve sempre em papel e com caneta de tinta permanente. As histórias foram passadas a computador por colaboradores. É um perfeccionista que reescreve sempre que pode. A inspiração surge à noite e nos momentos de solidão que lhe agradam particularmente. “A escrita é uma boa maneira de combater as insónias”, confessou em 2005.A pintura ocupa-o igualmente nos tempos livres. Recentemente inaugurou na galeria da Biblioteca Municipal de Azambuja, a exposição “Máscaras”, inspirada nos rostos adornados das tribos do Omo que vivem no grande vale do Rift, situado no triângulo Etiópia-Sudão-Quénia. No gabinete tem também quadros da sua autoria alusivos ao presépio de Monsaraz.Tem três filhos e dois netos. Confessa que não passa com eles tanto tempo quanto desejaria. Não gosta de formalidades. Tem uma grande colecção de gravatas de que pretende desfazer-se quando abandonar o cargo. Em terra de apaixonados pela festa brava Joaquim Ramos confessa que não tem medo de desafios embora não se atire às cegas. “Gosto de estudar a forma mais produtiva de enfrentar os assuntos. Por vezes é de caras. Mas às vezes é de cernelha”, diz com humor numa alusão às pegas de touros e ao facto de ser ribatejano.

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