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Vereador responde a críticas sobre actuação da Protecção Civil após tornado em Tomar

Vereador responde a críticas sobre actuação da Protecção Civil após tornado em Tomar

“Este é um fenómeno que só tem paralelo com a queda de aeronaves, pois não é expectável nem previsível”, referiu Luís Ferreira

Luís Ferreira admitiu que “não correu tudo bem”, assegurando que “o que correu mal vai ser escalpelizado” para “uma necessária reformulação” do Plano de Emergência Municipal.

O vereador da Protecção Civil de Tomar, o socialista Luís Ferreira, disse que só no decurso das 24 horas seguintes à passagem do tornado por Tomar, a 7 de Dezembro, é que se tomou “consciência da enorme extensão do fenómeno” razão pela qual os meios de socorro se concentraram inicialmente no socorro às crianças da escola que sofreu o colapso. De acordo com o responsável, nas horas seguintes foram montados quatro “teatros” de operações nas freguesias de Madalena, São João Baptista, Santa Maria dos Olivais e Casais. “Este é um fenómeno que só tem paralelo com a queda de aeronaves, pois não é expectável nem previsível”, referiu Luís Ferreira, acrescentando que o Plano de Emergência Municipal foi activado em alerta vermelha meia hora após a catástrofe. Luís Ferreira admitiu que “não correu tudo bem”, assegurando que “o que correu mal vai ser escalpelizado” para “uma necessária reformulação” do Plano de Emergência Municipal. Respondendo à vereadora Graça Costa (IPT), disse ainda que os militares do Regimento de Infantaria 15 (RI15) não foram requisitados para as operações de rescaldo devido a uma “decisão operacional”, sendo certo que acederam de imediato ao pedido de realojamento e fornecimento de alimentação às vítimas do tornado.O assunto foi levantado na reunião do executivo municipal que se realizou extraordinariamente na manhã de 15 de Dezembro e na qual foi analisada a situação do concelho devido à intempérie. Numa curta intervenção, o presidente da autarquia, Corvêlo de Sousa (PSD), destacou a “intervenção imediata e adequada” da Protecção Civil às populações atingidas, assinalando o “efeito de união das pessoas” que o tornado desencadeou, tendo o desempenho de todos os presidentes de junta sido elogiado unanimemente pelo executivo municipal. “Graças ao sacrifício de toda a gente, praticamente passadas 48 horas quase a totalidade das casas atingidas estava protegida contra a chuva”, reiterou Corvêlo de Sousa. “Pareciam umas baratas tontas”A vereadora da Acção Social, Rosário Simões (PSD), informou também que as famílias que se encontravam realojadas em duas pensões na cidade já regressaram a suas casas. Já os vereadores do movimento “Independentes por Tomar” criticaram a “descoordenação” e o “desnorte” dos meios. “As pessoas entraram em pânico e perderam a lucidez”, afirmou a vereadora Graça Costa, garantindo que “só não falharam mais porque a intervenção da sociedade civil e dos presidentes de junta foi inexcedível”. Graça Costa chegou mesmo a dizer que o que ficou demonstrado “às primeiras horas foi que os responsáveis políticos e operacionais pareciam umas baratas tontas”, sustentando que, “em termos de coordenação de meios, de esforços, falharam”.Os vereadores independentes acusam ainda a autarquia de os terem “excluído intencionalmente” de qualquer intervenção após o tornado. “Nada nos foi dito sobre o que se passava em Tomar”, protestou Pedro Marques, adiantando ter estranhado este tipo de atitude, tanto mais que os vereadores se disponibilizaram para colaborar. “Foi no mínimo confrangedor uma vez que não sabíamos o que dizer às pessoas que nos abordavam no sentido de as orientar ou encaminhar para resolverem a sua situação”, argumentaram os independentes. Corvêlo de Sousa acrescentou que “não houve qualquer intenção de excluir” os vereadores independentes e que apenas não o fez derivado à “surpresa da situação”, que o levou a estar sempre reunido, a receber a visita de governantes ou no terreno a aferir situações.Câmara de Tomar recebe cheque de particularA Câmara de Tomar recebeu um cheque enviado por um particular para apoiar as vítimas do tornado, disse na reunião a vereadora Rosário Simões. Um caso singular mas que não deixa de ser revelador do espírito solidário desencadeado com a catástrofe que atingiu os concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã. O valor do cheque, não revelado, será depositado na conta solidária aberta pela Cruz Vermelha Portuguesa. Entretanto, o Banco Espírito Santo anunciou a criação de um conjunto de linhas de crédito bonificado, no total de 500 000 euros, para apoiar as vítimas do tornado nos concelhos de Tomar, Sertã e Ferreira do Zêzere.
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