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População de Manique desiludida com obras de recuperação do Palácio

População de Manique desiludida com obras de recuperação do Palácio

Estavam prometidos 100 mil euros para a intervenção, mas a obra ficou por 45 mil

A prometida intervenção na fachada do Palácio de Pina Manique, em Manique do Intendente, avançou finalmente em Setembro, mas deixou decepcionada a população da freguesia que diz que ficou tudo igual e teme que as pedras continuam a soltar-se da fachada do edifício.

Depois de sucessivos atrasos na consolidação da fachada do Palácio de Pina Manique, em Manique do Intendente, concelho de Azambuja, as obras avançaram finalmente em Setembro, mas o resultado deixou a população da freguesia desiludida. O Governo garantiu que iria desbloquear uma verba de 100 mil euros para recuperar o palácio em 2008 e 2009, mas orçamento encolheu para 45 mil euros em 2010. A intervenção, que durou cerca de um mês, custou 24 mil euros, garantiu o presidente da Junta de Freguesia de Manique do Intendente, Herculano Martins. “Cortaram as ervas, aplicaram um herbicida e colocaram um sustento em madeira nos balaústres e num dos arcos. Construíram uma escada interior em madeira que vai até ao relógio e colocaram lá também umas tábuas. Estas obras foram uma desilusão”, analisa Herculano Martins. As pedras que se foram soltando da fachada do palácio ao longo do tempo, devido ao estado de degradação, foram numeradas e colocadas num canto do palácio. “Tiraram umas ervas e pouco mais. Está praticamente igual”, observa Maria Oteiro, que mora ao lado do palácio. Também para Raul Duarte a intervenção foi uma desilusão: “Esperávamos outra coisa, mas ficou tudo praticamente igual. Ao menos que recuperassem a fachada do palácio”. Constantino Valada não tem dúvidas de quem passa pelo palácio nem sequer se apercebe da intervenção. “Pensava que tapassem alguns dos buracos que existem no palácio”, nota. “Fizeram um estrondo tão grande com as obras e continua praticamente tudo igual, não se notam grandes melhorias e acredito que possam voltar a cair pedras”, concluiu Herculano Martins. As obras na fachada do palácio deveriam ter arrancado no final de 2008, no âmbito do plano de compensações da deslocalização do aeroporto da Ota, mas segundo o presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, uma série de bloqueios burocráticos atrasaram o processo. Em Fevereiro de 2010, o responsável da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, João Soalheiro, garantiu que as obras de recuperação da fachada do palácio de Pina Manique, arrancariam na primeira quinzena de Abril deste ano, mas a intervenção só decorreu em Setembro. Na altura o responsável visitou o imóvel para se inteirar da necessidade urgente da obra de consolidação da fachada, que acabaram por realizar-se mas apenas visaram a “limpeza da fachada, fechamento de juntas, desmonte e reparação da agulha do remate do frontão, reparação das escadas de acesso à torre sineira”, como confirma a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo.O palácio foi mandado erigir pelo intendente Pina Manique no final do século XVIII, mas nunca chegou a ser concluído. Apesar disso a imponência e a qualidade arquitectónica da fachada fazem do edifício setecentista um dos maiores valores patrimoniais do concelho de Azambuja.
População de Manique desiludida com obras de recuperação do Palácio

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