Oposição compara orçamento da Câmara de Alpiarça a “manta de retalhos”
PS e PSD acusam executivo de criar documento “muito dependente” do plano de saneamento financeiro
A bancada socialista na Assembleia Municipal (AM) de Alpiarça comparou o orçamento para 2011 a uma “manta de retalhos”, acusando o executivo municipal de não elaborar um documento “coerente”. “Não houve trabalho técnico de redacção final no documento apresentado. Parece que o executivo pediu às diversas secções da autarquia que elaborassem as suas ideias e depois ‘colou’ tudo e criou o orçamento”, disse Graciete Brito na última sessão da AM realizada na noite de 21 de Dezembro.O vereador do PSD, João de Brito, referiu que “não valia a pena chorar pelo leite derramado” – referindo-se às dívidas do município – e que todos têm que trabalhar em conjunto para ultrapassarem o problema da situação financeira da autarquia. João de Brito fez ainda várias sugestões que, na sua opinião, “deveriam ser incluídas” no orçamento do próximo ano. O cartão do idoso na saúde, projecto empresa-escola e um projecto de apoio à criação de empresas foram algumas das ideias que o deputado municipal fez durante a discussão da aprovação do orçamento.Tanto as bancadas do PS e do PSD criticaram o facto de o orçamento municipal para 2011 estar “muito dependente” do plano de saneamento financeiro que aguarda aprovação do visto do Tribunal de Contas. “E se o plano de saneamento financeiro não for aprovado, como é que vai ser”, questionaram ambas as bancadas.A conclusão das obras de recuperação e requalificação da Casa dos Patudos, no valor de um milhão e novecentos mil euros, e a conclusão do novo Centro Escolar (900 mil euros) são os principais investimentos incluídos no orçamento do município de Alpiarça para 2011. Um orçamento de 15,5 milhões de euros que, segundo o presidente da autarquia, Mário Pereira (CDU), se destina a pagar dívidas a fornecedores e sanear alguns empréstimos. “O orçamento deste ano, e dos próximos também, fica muito marcado pelo plano de saneamento financeiro. Temos que liquidar as nossas dívidas e o orçamento fica muito condicionado por essa situação”, salientou o autarca realçando o corte de 304 mil euros que sofreram por parte do Governo ainda em 2010.Mário Pereira justifica o aumento de mais de dois milhões de euros em relação ao orçamento de 2010 com a necessidade “técnica” de liquidar dívidas aos fornecedores. O executivo municipal pretende investir na valorização do espaço urbano do concelho. A área envolvente ao edifício dos paços do concelho será uma prioridade, assim como a requalificação do Parque do Carril. Fora dos planos da equipa de Mário Pereira está a realização da Feira do Vinho que foi interrompida este ano. “Ainda não existem condições financeiras para retomarmos esse evento. Neste momento existem outras prioridades”, disse.
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