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Jerónimo apareceu com discurso ensaiado mas foi obrigado a improvisar no final

Jerónimo apareceu com discurso ensaiado mas foi obrigado a improvisar no final

O lider comunista ouviu em Alverca desabafos sobre precariedade laboral no concelho

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve em Alverca a apelar ao voto em Francisco Lopes para as próximas eleições presidenciais, mas acabou por ouvir lamentos sobre a precariedade laboral em várias empresas do concelho de Vila Franca de Xira.

O concelho de Vila Franca de Xira está “cheio de trabalhadores precários” e várias empresas vão lançar gente para o desemprego nos primeiros três meses deste ano. Estas foram as principais preocupações deixadas ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que esteve na cidade de Alverca na noite de 7 de Janeiro, a apelar ao voto no candidato comunista à presidência da República, Francisco Lopes, residente em Vialonga.Jerónimo de Sousa chegou ao salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Alverca com um discurso ensaiado mas no final teve de improvisar para se mostrar “preocupado e alarmado” com o crescimento do número de trabalhadores precários, não apenas no concelho mas em todo o país. Uma das principais queixas foi transmitida a Jerónimo de Sousa por Ernesto Ferreira, mandatário da candidatura comunista no concelho e sindicalista, que lembrou os presentes das sérias dificuldades dos trabalhadores de Vila Franca de Xira.“Veja-se o exemplo da Rodocargo, na Castanheira do Ribatejo, que pretende que os trabalhadores reduzam o seu salário sob pena de virem a ser despedidos. A precariedade está a aumentar no concelho e temos de estar preocupados”, afirmou. Vários comunistas aproveitaram a presença do secretário-geral do PCP – que não falou aos jornalistas – para lhe endereçarem pessoalmente preocupações acerca da alegada precariedade dos seus postos de trabalho em firmas como a Cimianto, Pifertubos e Ferro. Ernesto Ferreira, que é também sindicalista, apontou ao nosso jornal o exemplo da Tudor, da Castanheira do Ribatejo, que poderá despedir perto de 40 trabalhadores em breve, dos quase 60 precários que emprega. O MIRANTE entrou em contacto com as empresas em causa mas somente a Cimianto e a RodoCargo nos enviaram respostas a tempo do fecho de edição. A RodoCargo refere que as acusações “não correspondem à verdade”, estando em curso um processo de restruturação laboral “que tem como objectivo preservar todos os postos de trabalho” e garantir a viabilidade da empresa, que hoje emprega 400 pessoas. “Este processo consiste numa diminuição de 48 euros no valor da retribuição base, numa massa salarial com custo mensal para a empresa, com cada trabalhador, superior a três mil euros”.A Cimianto, de Alhandra, tem actualmente 66 trabalhadores, dos quais quatro estão a termo. “É sabido que a Cimianto vem de uma situação difícil, a qual associada à retração ao investimento e à situação geral da nossa economia não lhe permite vislumbrar um futuro pleno de sucesso, no entanto, estamos atentos às oportunidades que nos surgem e contamos conseguir manter a nossa posição no mercado”, refere a empresa.No seu discurso Jerónimo de Sousa apelou à quase centena e meia de simpatizantes para “continuarem a luta” e prometeu ficar atento à situação. “Podem contar connosco para zelar pelos interesses dos trabalhadores. Depois das eleições, enquanto os outros arrumam as gravatas, nós vamos continuar a defender quem trabalha”, afiançou, perante dezenas de bandeiras agitadas.No seu discurso Ernesto Ferreira já tinha dito que a precariedade existe “em força” no concelho mas que muitos trabalhadores não falam da sua situação com medo dos patrões. “Não podemos deixar que isso aconteça”, apelou.
Jerónimo apareceu com discurso ensaiado mas foi obrigado a improvisar no final

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