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Dois mil alunos do Agrupamento Alves Redol vão ler obra do escritor neo-realista

Dois mil alunos do Agrupamento Alves Redol vão ler obra do escritor neo-realista

Dois mil alunos do Agrupamento de Escolas Alves Redol vão ler a obra do escritor, natural de Vila Franca de Xira. A possibilidade de dar a conhecer a obra neo-realista do autor aos estudantes é, na opinião do presidente do agrupamento, Teodoro Roque, uma das iniciativas mais fortes do programa de comemorações do centenário do nascimento do escritor. O programa do agrupamento foi apresentado a 9 de Fevereiro, na Escola Secundária Alves Redol. A Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo uniu-se ao Ministério da Educação que, através do Plano Nacional de Leitura, irá editar livros com excertos da obra de Alves Redol e Manuel da Fonseca que depois distribuirá pelas escolas do país que o solicitem. O agrupamento irá ter também vários convidados que virão às escolas conversar sobre Alves Redol. Outro desafio proposto aos alunos será a elaboração de trabalhos alusivos ao escritor, sendo depois seleccionados os melhores que vão integrar uma exposição no Museu do Neo-Realismo. O programa inclui ainda visitas de estudo a locais representativos da obra de Redol, oficinas de pintura e conferências. Na Escola Secundária Alves Redol está também montada uma exposição itinerante, organizada pelo museu, que irá percorrer outros espaços do concelho. Uma série de painéis retratam a vida e a obra de Alves Redol: a família, a actividade nas colectividades de Vila Franca de Xira, a gestação do Neo-Realismo, o surgimento do primeiro romance (Gaibéus), a intervenção cívica, a morte, as traduções e estudos dedicados a Redol. Teodoro Roque aproveitou para recordar que a escola adoptou como patrono Alves Redol em 1987, deixando cair a designação “Escola Secundária nº 1 de Vila Franca de Xira”. Alves Redol é uma figura central do movimento neo-realista português e foi autor de uma vasta obra ficcional que inclui teatro e romance. Escreveu sobre o mundo dos camponeses da Beira que iam fazer a ceifa do arroz ao Ribatejo (conhecidos por Gaibéus), dos avieiros, dos camponeses e dos pescadores. O seu primeiro artigo de opinião foi publicado num jornal local aos 15 anos. Foi empregado de escritório e acabou por ficar na história pelo papel na luta anti-fascista. Escreveu “Gaibéus”, “Glória, uma aldeia do Ribatejo”, “Marés”, “Avieiros” e “Fanga” e “Barranco de Cegos”. Foi preso pela polícia política a 12 de Maio de 1944. Mais tarde filiou-se no Partido Comunista e morreu a 29 de Novembro de 1969, antes de vislumbrar a liberdade trazida por Abril. Em Vila Franca de Xira a sua memória está perpetuada no Museu do Neo-Realismo, na controversa estátua colocada na rua com o seu nome e num busto colocado na Escola Secundária Alves Redol.
Dois mil alunos do Agrupamento Alves Redol vão ler obra do escritor neo-realista

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