Os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira acusam o presidente da Junta de Freguesia de Alverca, Afonso Costa (PS) de “passividade” no que concerne à dinamização cultural do Centro Cultural do Bom Sucesso, inaugurado em Abril de 2009. A crítica foi feita durante a última reunião do executivo. Mesmo sabendo que a responsabilidade pela programação do espaço cultural compete à câmara municipal, Nuno Libório, da CDU, considerou que a junta de freguesia “poderia desempenhar um papel muito mais activo” na promoção cultural do centro, “numa atitude colaborante” com a câmara. Nuno Libório criticou o facto do edifício estar “muito parado” culturalmente. “Também o que o presidente da junta prometeu, de transferir para o centro cultural do Bom Sucesso a delegação da junta de freguesia, nunca se concretizou”, lamentou.Em resposta às acusações Afonso Costa refere que a junta de freguesia “não tem qualquer responsabilidade nem na gestão do centro nem nas suas actividades”. Sobre a delegação da junta no edifício o autarca defende que já existe uma delegação no pequeno centro comercial do Bom Sucesso, com instalações próprias e com as devidas condições para o público e funcionários e que funciona das 09h00 às 12h30.“A sala que foi atribuída à junta aquando da inauguração do Centro Cultural do Bom Sucesso está a ser ocupada desde essa altura pela funcionária do município e responsável pela ligação do centro à câmara municipal no horário diurno. No horário nocturno tem servido de apoio às várias actividades do movimento associativo local, já foi sala de ensaios de um grupo de música popular portuguesa e agora está a ser utilizada pelo Aero Clube de Alverca para um curso técnico de pilotagem”, refere Afonso Costa.Esta não é a primeira vez que a falta de dinamização cultural do Centro Cultural do Bom Sucesso é questionada pelos vereadores da oposição. Ainda o ano passado, como O MIRANTE noticiou, os autarcas desafiaram a câmara e a junta de freguesia a organizar em conjunto programas culturais para oferecer à população, sem que tal sugestão tenha dado frutos. Depois de um atraso nas obras de construção de quase dois anos – a primeira pedra do Centro Cultural do Bom Sucesso foi lançada em Outubro de 2006 - e uma derrapagem orçamental de mais 360 mil euros face ao previsto, o centro necessitou de novas obras oito meses depois de ter sido inaugurado, quando um dos pisos do auditório abateu e as paredes começaram a apresentar fissuras e infiltrações. Em 2009 faltavam campaínhas, aquecimento, telas e equipamentos usados em espectáculos culturais. “Além disso o espaço é pouco habitável, está vazio, fechado e no Inverno torna-se muito frio. Falta isolamento. Entra frio como se estivéssemos na rua” lamentou na altura o vereador Bernardino Lima (CDU). O projecto é da autoria do arquitecto Miguel Arruda e o edifício foi erguido junto às minas de São Romão. Ao todo custou 2 milhões e 200 mil euros.