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Sociedade Instrutiva e Recreativa de Atalaia ambiciona nova sede

Obras estão orçadas em 150 mil euros pelo que a colectividade avançou com uma candidatura para obter financiamento

Associação conta ainda com o apoio monetário da Câmara da Barquinha e da Junta de Freguesia de Atalaia.

Quem passa na estrada dificilmente repara nas duas habitações que acolhem a sede da Sociedade Instrutiva e Recreativa de Atalaia (SIRA), Vila Nova da Barquinha, fundada em 1930 e localizada a poucos metros da junta de freguesia. Uma realidade que os novos corpos sociais querem mudar, ambicionando vir a remodelar as infra-estruturas, “adaptando-as à realidade da nova vida quotidiana”. Como tal, já submeteram um projecto de arquitectura a uma candidatura, no âmbito do PRODER, para obter 60 por cento de comparticipação uma vez que o projecto prevê custos na ordem dos 150 mil euros. Antes de submeterem a candidatura, a direcção da SIRA participou em diversas reuniões, com o objectivo de obter parcerias com a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e com a Junta de Freguesia de Atalaia, conseguindo que a primeira se comprometesse a comparticipar a obra com 40 mil euros e a segunda com 11 mil euros. Como tal, a SIRA apenas teria que suportar 10 mil euros para obter uma sede nova, com dois pisos. “O estado de degradação é tal que as infiltrações de água são enormes pelo que este projecto de remodelação é essencial para oferecer melhores condições à prática do associativismo e contribuir para um maior dinamismo” explica a O MIRANTE Nelson Sousa, presidente da direcção da SIRA para o biénio 2009/2011. De momento, as actividades cingem-se a aulas de ginásticas, duas vezes por semana, e à realização de eventos mensais que abranjam todas as franjas de idade. “Não estamos exclusivamente virados para as camadas mais jovens embora sintamos a importância de cativar os mais novos para o associativismo”, explica. Actualmente tem cerca de 300 associados. A aproximação aos sócios tem sido uma aposta da nova direcção, que já tem os dados em fichas informatizadas e aos quais foram atribuídos novos cartões. Reiniciar a cobrança das quotas foi o passo seguinte. A SIRA foi fundada porque as pessoas da terra, sempre que organizavam eventos culturais, costumavam juntar-se em terrados. “Havia um benemérito, o Dr. Eustáquio Picciochi, que tinha estes terrenos no qual existiam duas habitações. Resolveu doá-las ao povo para que constituíssem uma associação e tivessem uma sede própria para estes eventos”, diz o responsável, um funcionário público de 37 anos. Numa primeira fase, a SIRA tinha como finalidade fomentar o convívio dos habitantes de Atalaia, o desenvolvimento cultural e recreativo e, principalmente, promover a criação do espírito associativo. Só em 1957 se formaliza, por escritura, a doação do património que é hoje da SIRA, aproveitando-se para fazer obras e expandir a sede. Envolver a população na vida associativa O tempo foi passando e as instalações permaneceram, não servindo actualmente as necessidades de quem usufrui o espaço. A associação passou por um período complicado no final da década de 80, devido ao afastamento das pessoas do movimento associativo. “Saíram muitos jovens da terra e os que ficam deixam de se identificar com o associativismo, porque também não existiam eventos associativos que se adaptassem à realidade da juventude”, explica Nelson Sousa que aceitou o desafio por ter uma vontade imensa em preservar os valores da sua terra. Só em 2005 a colectividade recupera o folêgo e, com mais intensidade, em 2009, altura em que entra sangue novo para a direcção que não quer deixar morrer a colectividade. “Este é um sonho de há 80 anos. Os jovens têm necessidade de se juntar. E não são só os da Atalaia. São de todo o concelho e até de fora”, acentua.Para além de promover a cultura, a SIRA pretende apoiar acções que visem o associativismo e o desenvolvimento sociocultural, desenvolver a cooperação com organismos, associações e grupos que localmente se proponham a executar acções de recuperação do património artístico e cultural, promovendo mensalmente uma actividade na sede, que pode passar pela realização de um baile popular e, ao longo do ano, um conjunto de iniciativas festivas. As Festas em Honra de Nossa Senhora da Assunção, no Jardim Público de Atalaia, entre 13 e 15 de Agosto, são um dos eventos mais visíveis organizados pela SIRA, que espera contar com a colaboração de outras associações e instituições de forma a tornar possível o envolvimento de toda a população local na prática associativa.

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