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Unidos contra a crise

Grupos de Santarém comemoram em conjunto Dia Mundial do Teatro e da Poesia
A crise está em todo o lado e também bateu à porta dos grupos de teatro de Santarém. Dois exemplos: o Centro Dramático Bernardo Santareno (durante muitos anos a única companhia de teatro profissional da cidade) teve de abdicar do seu elenco profissional, porque a venda de espectáculos já não chegava para pagar os ordenados; o Veto Teatro Oficina está em digressão pelo concelho com a peça La Nonna, dividindo a receita de bilheteira com as entidades que cedem as salas. “Hoje não há dinheiro, ninguém compra espectáculos”, constata António Júlio, do Veto Teatro Oficina. As autarquias, tal como o país, vivem tempos de penúria e a cultura é das primeiras áreas a comer por tabela. José Manuel Rodrigues, do Centro Dramático Bernardo Santareno, sublinha essa realidade. A sua companhia candidatou-se à produção de peças para a Artemrede, uma rede de teatros municipais associados, mas sem sucesso. “É necessário que cinco câmaras queiram o espectáculo e agora compra-se menos”, diz.Apesar do cenário não ser risonho e dos apoios protocolados com a câmara chegarem a conta-gotas e com muito atraso, o discurso não resvala para a lamúria. “Vamos fazendo menos, mas sempre com a mesma qualidade. É uma crise a que já estamos habituados e que vamos superando na medida do possível. Se nos apoiarem poderemos fazer mais e melhor”, diz Carlos Oliveira, o popular “Chona”, alma mater do Teatrinho de Santarém. Susana Vieira, da livraria infantil “Aqui há Gato!” e elemento do Teatrinho, é aplaudida pelos camaradas de causa quando diz: “Enquanto houver público vai haver teatro em Santarém, porque a nós ninguém nos cala!”.E a verdade é que o público adere aos espectáculos numa cidade que conta com nove grupos de teatro no activo, a que se somam ainda, com produção regular, os grupos de Pernes e da APPACDM do Vale de Santarém. Esta espécie de ponto da situação informal da actividade teatral em Santarém foi feito a várias vozes e num ambiente de tertúlia na apresentação das comemorações do Dia Mundial do Teatro e da Poesia, onde se juntam os grupos da cidade. Um programa intenso e variado O programa envolve os grupos Veto Teatro Oficina, o Grupo de Teatro Animal, o Teatrinho de Santarém, o Centro Dramático Bernardo Santareno, a Cena Aberta, a Oficina de Teatro da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado e os grupos de teatro da Universidade da Terceira Idade, da livraria Aqui Há Gato e Narizes Perfeitos. Iniciou-se no dia 6 com a peça “Teatro com Crianças”, que tem ainda actuações marcadas, sempre no Fórum Actor Mário Viegas, para as tardes dos dias 20 e 27.Dias 18 e 19, o Grupo de Teatro Narizes Perfeitos apresenta “A Casa de Bernarda Alba”, no Círculo Cultural Scalabitano, estando agendada para dia 20 uma sessão de “Poesia com Todos”, leituras individuais em palco aberto na sala do Fórum Actor Mário Viegas.Seguem-se “animações teatrais”, pela Cena Aberta, nas tardes dos dias 22, 24 e 25 nas freguesias de Azóia de Baixo, Romeira e Abitureiras. Uma oficina de teatro e uma aula de formação sobre “A Voz” estão marcadas para os dias 25 e 30 na Escola Ginestal Machado, ficando a exposição fotográfica “Imagens de Teatro” patente de 25 de Março a 2 de Abril no W Shopping.Dia 26, a livraria “Aqui há Gato” exibe duas peças de teatro de marionetas, a “História da Carochinha”, de manhã, e “A princesa que bocejava a toda a hora”, de tarde, estando marcado para a noite o espectáculo “O Gajo”, pelo Grupo de Teatro Animal, no Círculo Cultural Scalabitano.A celebração do Dia Mundial do Teatro, a 27 de Março, vai concentrar-se no Fórum Actor Mário Viegas, para onde está marcada mais uma sessão de “Teatro com Crianças”, uma “acção teatral”, pela Oficina de Teatro da Escola Ginestal Machado, e, ao fim da tarde, uma tertúlia, com as participações dos encenadores Rui Madeira, Pedro Barreiro e Pedro Oliveira e de Nilza Sousa (produção). Para a noite está agendada uma “vídeo projecção” e um espaço de actuações diversas designado “teatro com papas na língua”.

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