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Valdemar Henriques anuncia saída da liderança da União de Sindicatos de Santarém

Sindicalista vai aposentar-se após 14 anos à frente da organização

Oriundo do sector metalúrgico onde trabalhou 15 anos, junta mais 32 anos de actividade sindical. Foi vereador da CDU na Câmara de Alcanena e deputado à Assembleia da República durante três meses.

Valdemar Henriques, 62 anos, vai deixar a coordenação distrital da União de Sindicatos de Santarém, afecta à CGTP-IN. O VII congresso distrital da CGTP, marcado para 4 de Novembro, no IPJ de Santarém, vai servir para eleger outro coordenador. O metalúrgico de Alcanena esteve no cargo dois mandatos de três anos e dois mandatos de quatro anos. Oriundo do sector metalúrgico onde trabalhou 15 anos, junta mais 32 anos de actividade sindical, e passa à reforma aos 62 anos. Foi vereador da CDU na Câmara de Alcanena e deputado à Assembleia da República durante três meses. “Há que dar a vez a outros protagonistas nesta luta. Tenho 47 anos de descontos e mesmo assim não me posso reformar sem ter penalizações”, conta, recordando que está ligado à CGTP desde 1977.Na conferência de imprensa onde anunciou essa decisão, Valdemar Henriques garantiu também que a União de Sindicatos de Santarém e a CGTP-IN vão estar em força na manifestação nacional marcada para dia 19 de Março, em Lisboa, onde espera levar centenas de trabalhadores da região. A luta contra as alterações previstas ao Código do Trabalho como a diminuição das indemnizações a pagar pelos patrões em causo de despedimento colectivo ou por justa causa, o agravamento brutal das condições de vida, a precarização das relações laborais com redução de salários e aumento da exploração são alguns dos temas que movem a União de Sindicatos de Santarém.“Como é que é possível que o país tenha 780 mil desempregados e 60 por cento dessa população não receba subsídio de desemprego e ainda se procurem aplicar medidas que vão penalizar ainda mais os trabalhadores, enquanto os bancos vão somando lucros e ficando cada vez mais ricos?”, questiona Valdemar Henriques.A nível distrital estão inscritas cerca de 20 mil pessoas nos centros de emprego, mas o número de desempregados é bem superior, analisa o coordenador da USS, lembrando que quem trabalha um dia e se regista fica eliminado da estatística do desemprego.“O trabalho sindical vê-se em empresas como a IFM-Platex que teria caminhado para o seu fim, quando exporta 60 por cento do que produz e tem capacidade para exportar ainda mais. Ou na luta pelos trabalhadores das empresas do Grupo Amorim, como por exemplo em Coruche, onde querem aplicar alargamento de horário de trabalho e os patrões têm de saber que têm de negociar contratos de trabalho”, exemplifica Valdemar Henriques.A par da manifestação de dia 19, a USS-CGTP-IN vai também marcar presença na manifestação de jovens trabalhadores a 1 de Abril, a propósito do Dia Nacional da Juventude que se celebra a 28 de Março. “Com as alterações que estão a tentar introduzir no mercado e na regulamentação do trabalho vão criar uma barreira entre gerações, entre os que têm alguns direitos e aqueles jovens que vão entrar no mercado de trabalho, o que é grave”, conclui.Livro revisita contributos do movimento operário até 1977“Contributos para a História do Movimento Operário e Sindical – das Raízes até 1977” é o nome do livro que vai ser lançado por actuais e antigos sindicalistas a realizar dia 14 de Abril, pelas 18h00, na Sala de Leitura Bernardo Santareno, em Santarém.A sessão de lançamento do livro conta com a presença do secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, e do economista e ex-deputado nacional e europeu Sérgio Ribeiro, da autoria de Américo Nunes, Daniel Cabrita, Emídio Martins, Francisco Canais Rocha, José Ernesto Cartaxo, Kalidás Barreto e Vítor Ranita.

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