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Antigo operário da OGMA expõe emblemas no Museu de Alhandra

Antigo operário da OGMA expõe emblemas no Museu de Alhandra

Em 2007 José Freitas começou a dedicar-se à arte para ocupar o tempo

Uma exposição com os emblemas de associações de Alhandra desde o século XIX ao século XXI está patente no Museu Municipal de Alhandra até ao dia 24 de Abril. O autor José Freitas, 78 anos, dedica-se à arte da heráldica desde 2007 e conta já com 80 emblemas.

O antigo emblema do Alhandra Sporting Clube, associação à qual José Freitas esteve sempre ligado e da qual é sócio honorário, foi o primeiro a nascer. Bairrista declarado, o artesão criou logo de seguida o da Sociedade Euterpe Alhandrense. Estes são apenas dois dos emblemas que podem ser vistos na exposição de heráldica na sala da Galeria Augusto Bértholo do Museu de Alhandra até ao dia 24 de Abril.Tudo começou quando um dia José Freitas, 78 anos, comentou que o Brasão de Alhandra era muito bonito. Os amigos rapidamente o incentivaram a reproduzir um semelhante. José Freitas pegou nas madeiras velhas que tinha em casa e deitou mãos à obra. Desde Outubro de 2007 que o antigo técnico de aeronáutica da OGMA, em Alverca, se dedica à construção de emblemas. Tem já 80. Para quem tirou um curso industrial em Lisboa e chefiou uma equipa que trabalhava com ferro foi fácil aplicar a técnica à madeira. “Tive de arranjar um hobbie porque com a idade sentimos as forças a desaparecer e este trabalho faz-me colocar em prática alguns conhecimentos”. Há emblemas que demoram uma semana a criar, outros mais tempo. No Inverno trabalha menos porque o mau tempo obriga-o a fechar a porta da garagem onde tem o atelier. Utiliza as madeiras mogmo, pinha, casquinha, faia ou laranjeira que vai resgatar aos restos de uma serração em Alhandra. Ou então compra as madeiras que precisa. Num canto da exposição está um emblema que assinala o Centenário da República. Segue-se o de Arruda dos Vinhos, onde nasceu, o de Alhandra, onde vive desde os nove anos, um do concelho de Vila Franca de Xira, outro de Santana da Carnota, de onde é a mãe, e outro da Camacha, terra do pai. Em parte da exposição estão representados os emblemas da história do movimento associativo de Alhandra do século XIX ao século XXI. “Os Cariocas”, um grupo de jovens que nos anos 50 se destacavam no Carnaval alhandrense, o Núcleo Filatélico de Alhandra, o Grupo Desportivo da Cimianto, a Juventude Desportiva de Alhandra, os Primeiros Jogos Juvenis de Alhandra ou a Tertúlia Alhandra a Toireira são alguns dos emblemas que podem ser observados. José Freitas aproveita para lamentar a morte que anuncia ao associativismo em Alhandra. “Nos meus tempos lutávamos para enriquecer as associações porque queríamos ser bons como os outros. Mas a juventude de agora já não está para trabalhar para as colectividades. Nós quando precisávamos de dinheiro criávamos rifas e até nos arriscávamos às multas. Hoje estão todos à espera do dinheiro da autarquia”, atesta. Na colecção de José Freitas existem muitos outros emblemas de associações, federações ou mesmo de autarquias de todo o país. Um dia os filhos é que vão decidir o destino a dar aos emblemas mas o desejo do artesão é que sejam entregues ao Museu de Alhandra.
Antigo operário da OGMA expõe emblemas no Museu de Alhandra

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