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Documentário sobre Redol vai custar 25 mil euros

Trabalho do realizador Francisco Manso insere-se nas comemorações do centenário do nascimento do escritor realista
O documentário sobre a vida e obra de Alves Redol, que vai ser realizado no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do escritor, custará à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira 25 mil euros. O trabalho de 52 minutos, gravado em vídeo digital, será co-produzido por Francisco Manso e a RTP 2 e conta com o apoio financeiro da autarquia. A coordenação da execução do trabalho contratado será assegurada por Francisco Manso na qualidade de produtor e realizador do documentário. O pagamento será efectuado em três prestações. A primeira, de 30 por cento do valor total, será entregue no início dos trabalhos, a segunda, no valor de 40 por cento, será paga no final das gravações e início da pós-produção, e a terceira, no valor de 30 por cento, contra a entrega das cópias finais do documentário à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A câmara, através do museu do Neo-Realismo, vai disponibilizar imagens em suporte digital relativas a Alves Redol e à sua obra necessárias à montagem do documentário. A autarquia receberá dez cópias do documentário para divulgação e promoção do trabalho. O documentário será entregue à câmara até final de Junho de 2011. O contrato a estabelecer entre a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e Francisco Manso – produção de audiovisuais, unipessoal, foi aprovado na última reunião de câmara realizada na tarde de quarta-feira, 9 de Março. Alves Redol, natural de Vila Franca de Xira, é uma figura central do movimento neo-realista português e foi autor de uma vasta obra ficcional que inclui o teatro e o romance. O escritor, filho de António Redol da Cruz e Inocência Alves Redol, frequentou o colégio Arriaga, em Lisboa, onde concluiu o curso comercial. Escreveu sobre o mundo dos camponeses da Beira que iam fazer a ceifa do arroz ao Ribatejo (conhecidos por Gaibéus), dos avieiros, dos camponeses e dos pescadores. O seu primeiro artigo de opinião foi publicado num jornal local quando tinha 15 anos. Foi empregado de escritório e acabou por ficar na história pelo seu papel na luta anti-fascista. Iniciou a sua carreira literária em 1936 com o romance “Gaibéus”.Além deste Alves Redol deixou “Glória, uma aldeia do Ribatejo”, “Marés”, “Avieiros” e “Fanga”. A obra “Barranco de Cegos” de 1962 continua a ser, para muitos, uma das maiores obras. Além do romance o escritor colocou no papel as peças de teatro “Forja” e “O Destino Morreu de Repente”. Foi preso pela polícia política a 12 de Maio de 1944. Mais tarde filiou-se no Partido Comunista e morreu a 29 de Novembro de 1969, antes de vislumbrar a liberdade trazida pelo 25 de Abril de 1974. Em Vila Franca de Xira a sua memória está perpetuada no Museu do Neo-Realismo, na controversa estátua colocada na rua com o mesmo nome – Alves Redol – e num busto colocado na principal escola da freguesia (Escola Secundária Alves Redol).

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