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Carlos Miranda

Carlos Miranda

Reformado, 49 anos, Vila Franca de Xira

“Já não sei se é só a geração dos mais jovens que anda à rasca. Acho que andamos todos. Eu tenho uma filha que pertence à dita geração e reconheço todas as dificuldades que sentem na pele. O mercado de trabalho está muito reduzido e a solução poderá mesmo passar pela emigração. Na minha juventude andavam sempre a recrutar muita gente em Vila Franca de Xira para a apanha do tomate e hoje o trabalho é realizado pelas máquinas. Não sei onde é que isto vai parar...”

Com a insegurança que se vive nas ruas já pensou comprar um cão?Já tenho um cão mas é de companhia. Tenho é medo que me façam mal ao animal. Em Vila Franca de Xira já existe alguma insegurança mas ainda não chegámos ao ponto de ter medo de andar na rua. Costuma cantar no duche?Não tenho qualquer habilidade para cantar. Tenho medo que a água e o gás acabem e por isso tento sempre despachar-me o mais rapidamente possível.É um homem de compromissos?Sim. Tenho um casamento de 25 anos. E esse é um grande compromisso que pretendo continua a manter. Já alguma vez bateu em alguém?Talvez em mim próprio. Aleijo-me muitas vezes sozinho. Em criança era um grande brigão e andava sempre aos tabefes com os meus amigos. Coisas de miúdos. Na verdade sou contra qualquer tipo de violência. Se tivesse que enviar alguém para a lua quem escolheria?Mandava para a lua tudo quanto é sportinguista porque na realidade lá já andam eles sem saber. Ao Governo português, que é o mais desgovernado que eu conheço, também faria bem uma estada na lua para assentar ideias. Há algum talento que gostaria de ter?Gostaria de ser adivinho para conseguir acertar no totoloto. Sou músico amador, toco saxofone e gostaria de ser ainda mais talentoso na música. O que diz da geração à rasca que saiu à rua em protesto?Já não sei se é só a geração dos mais jovens que anda à rasca. Acho que andamos todos. Eu tenho uma filha que pertence à dita geração e reconheço todas as dificuldades que sentem na pele. O mercado de trabalho está muito reduzido e a solução poderá mesmo passar pela emigração. Na minha juventude andavam sempre a recrutar muita gente em Vila Franca de Xira para a apanha do tomate e hoje o trabalho é realizado pelas máquinas. Não sei onde é que isto vai parar...O que é que lhe custa mais constatar na cidade de Vila Franca de Xira?Custa-me ver o movimento cultural da cidade de Vila Franca de Xira que está moribundo há muitos anos. Estamos a 1,50 euros de distância de comboio de Lisboa e as pessoas preferem deslocar-se à capital para assistir a espectáculos. Existe a ideia de que é mais fino. Se o Ateneu Artístico Vilafranquense conseguisse transportar aquela sala esplendorosa que tem 50 quilómetros para o interior teria a casa sempre cheia.
Carlos Miranda

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