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Refulgente Serafim das Neves

Ando com uma grande dúvida sobre investimentos em tempo de crise. Vou para o ramo do ouro ou do cobre? Se é verdade que todos os dias abrem novas lojas de compra de ouro, por outro não param os roubos de cobre. E se alguém rouba cobre não é para fazer artesanato, com certeza. Há-de haver alguém que o compra, mesmo não havendo lojas de cobre como há lojas de ouro. E outra coisa. Se há assaltos a ourivesarias, a instalações onde há cobre, a bombas de gasolina e a bancos, porque é que não há assaltos a lojas de compra de ouro? Consegues explicar-me? A ladroagem anda muito selectiva…lá isso anda.O último assalto ao cobre foi na freguesia do Couço, no concelho de Coruche. Foi-se o posto de transformação da ETAR e lá ficam os esgotos por tratar mais uns tempos. Aquele concelho é mártir naquela matéria. A ETAR do Monte da Barca está pronta há sete meses mas não pode funcionar porque a EDP não consegue fazer passar cobre até lá por terrenos particulares, para levar a energia. Quando alguém daquelas bandas diz a famosa frase: “Mas que merda!”, ninguém pode duvidar que está a falar a sério e não de forma retórica.Já agora, porque é que o corrector automático do meu computador me dá indicação de erro quando escrevo a palavra merda? A palavra existe, está em qualquer dicionário de português que se preze, incluindo os dicionários online da Priberam e no entanto…plof. De cada vez que a escrevo, pimba, aparece sublinhada a vermelho. Espera…online também está com o mesmo sublinhado. E plof também…que merda!!!Quero alertar-te para uma situação que é digna de destaque. Numa atitude educacional sem precedentes o presidente da Câmara Municipal da Chamusca decidiu alfabetizar uma família cigana do Arripiado através de um método experimental que já está a fazer furor. Calcula tu que o autarca vai utilizar o sistema de osmose. Eu explico. Vai mergulhar aquela gente no ambiente das letras e números até ao pescoço. Vai instalá-las na própria escola, acreditando que se em vez de olharem para uma televisão ela olhar para o quadro e se em vez de se sentar em cadeiras ou sofás se sentar numa carteira, vai aprender em três tempos.Como digo, o método de instalação dos educandos na escola está a fazer furor. Ainda ontem a população saiu à rua para observar os primeiros resultados e do furor até passou a estádios mais elevados de exaltação entusiástica, principalmente quando verificou que em vez das habituais pedras os futuros ocupantes da escola só lhes atiraram palavrões. Vê lá tu se a coisa não funciona. Ainda nem lá estão e já absorveram aqueles aromas cívicos que emanam das escolas e de ou-tros lugares de cultura. Folgo em saber que a câmara de Santarém deu a medalha de ouro da cidade ao ex-ministro Mário Lino. Finalmente alguém lhe reconheceu méritos governativos. Nesse campo do reconhecimento de méritos governativos o presidente Moita Flores é um mestre. O Sócrates levou a medalha porque deu o Convento de S. Francisco. Mário Lino deu compensações pela mudança do novo aeroporto de Ota para Alcochete. E a câmara também deu uma medalha a um dos homens que ajuda a distribuir os dinheiros comunitários às autarquias. Eu bem queria puxar pela carteira para ver se também conseguia ser medalhado mas infelizmente só lá tenho uns trocos para o pequeno-almoço. Enfim…vou continuar plebeu e sem comendas.Um abraço proletário do Manuel Serra d’Aire

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