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Nos bastidores da Festa dos Tabuleiros

Nos bastidores da Festa dos Tabuleiros

Há papel de todas as cores, tesoura, cola, arame, fio e outros utensílios espalhados pela mesa. Todos os dias um grupo de senhoras entrega-se, de alma e coração, à tarefa de fazer as flores de papel que vão enfeitar os 180 tabuleiros que desfilam pela Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais na próxima Festa dos Tabuleiros, em Tomar. Manuela Filipe, 65 anos, segura nas mãos flores vermelhas e amarelas. Aprendeu a fazer flores há mais de 30 anos com uma antiga funcionária da junta e agora é ela quem ensina esta arte a quem, de quatro em quatro anos, se vem juntar à festa. Já fez milhares de flores, entre papoilas, malmequeres, espigas de trigo ou rosas e confessa que gosta de pesquisar novas espécies em livros ou em documentários televisivos, que desenha em seguida para fazer em papel. Levou um tabuleiro pela primeira vez quando tinha treze anos e a última vez que integrou o cortejo foi em 1999. “Antigamente quem levava o tabuleiro eram as pessoas mais pobres mas agora são mais as da classe social média alta que participam”, conta. Manuela é voluntária mas nesta equipa de bastidores, há muitas senhoras que estavam desempregadas e que foram aqui colocadas através do Centro de Emprego. É o caso de Maria do Céu, 55 anos, para quem fazer flores, para além de lhe dar algum rendimento, serve de terapia para a depressão. “Moro aqui perto de casa pelo que este emprego caiu-me do céu. Falamos, brincamos, rimos, choramos ou dizemos maluqueiras. Desde que aqui estou nunca mais fui ao médico”, conta bem disposta enquanto forra os pés a uma papoila. Já a Anabela Amorim cabe a tarefa de montar as flores, já constituídas em ramos, na haste. Um trabalho que requer alguma criatividade uma vez que é a montra final de muitas horas de empenho. “Se não estiver bem feito, o trabalho que elas estiveram a fazer perde o seu valor”, sublinha. Os tabuleiros são montados nos cestos quinze dias antes da festa e, garante Manuela Filipe, todas se vão emocionar quando virem “as suas flores” a desfilar perante milhares de pessoas. Elsa Ribeiro Gonçalves
Nos bastidores da Festa dos Tabuleiros

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