O toureiro Mário Coelho foi surpreendido pelos amigos com uma festa inesperada no dia em que completou 75 anos, na sexta-feira, 25 de Março. O auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira encheu-se de convidados que felicitaram o matador de toiros nascido na cidade.Mário Coelho agradeceu a festa e confessou que se sente bem com “a bonita idade de 75 anos”. Congratulou-se por gozar de uma memória fresca e ter o “computador humano” a funcionar em pleno. Para não se deixar impressionar com as rugas do rosto decidiu abolir uma peça do mobiliário. “Não tenho espelhos em casa”, confidenciou.“Tenho orgulho de ser vilafranquense. Sou um homem de cheiros e Vila Franca de Xira é o único lugar onde consigo sentir o cheiro do Tejo, do feno e onde aprendi a observar os toiros”, partilhou. Agradeceu ainda a dedicação da companheira, Helena Guerra, que foi cúmplice na organização da festa surpresa. Fernando Palha, um dos últimos convidados a chegar, foi um dos primeiros amigos a falar. Enalteceu a alma toureira de Mário Coelho e lembrou, com graça, o dia em que o matador toureou uma ovelha. A alegria de celebrar o aniversário de um amigo surgiu-lhe como “uma cavaca acesa num lume quase apagado”.A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, agradeceu ao toureiro as tardes e noites de glória em que ajudou a catapultar o nome de Vila Franca de Xira. Houve ainda lugar para a poesia como prova de amizade e admiração. Maria Adelaide Carvalho mostrou-se orgulhosa por ter escolhido para viver a cidade de um homem de grandes glórias mas ao mesmo tempo desgostosa por nestes dias já não encontrar em Vila Franca de Xira quem fale de toiros como nos áureos tempos do maestro. “Para além do toureiro, endeusado, festejado e consagrado havia o Homem (…) inteiro, completo, inigualável”, escreveu também Helena Guerra. A frase passou entre fotografias antigas, testemunhos de uma vida de toureiro.