A composição da lista de candidatos a deputado do PS pelo distrito de Santarém estava envolta em alguma confusão a poucas horas da comissão política distrital votar os nomes que a vão compor. O vice-presidente da Câmara de Almeirim Pedro Ribeiro mandou uma acha para a fogueira ao propor que o cabeça de lista por Santarém seja o actual ministro da Agricultura, António Serrano, quebrando a tradição de apresentar Jorge Lacão. Há militantes que estão preocupados com a forma como estava a ser discutida a elaboração da lista, falando em sinais de falta de bom senso. Francisco Madelino, o socialista que é presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional, assume a sua preocupação pelo que diz ser “uma enorme pressão” de se fazer a lista em “circuito fechado”, resumindo-se ao secretariado da distrital ou a pessoas de um círculo reduzido ou de relações familiares. No entanto, a poucas horas da reunião da comissão política o militante fazia votos para que existisse uma lista forte e que possa “incluir um conjunto de pessoas que tenha dimensão técnica e profissional, que é o que o país precisa neste momento”. Madelino partilha da opinião de Pedro Ribeiro de que António Serrano deve integrar a lista por Santarém, apesar de não ser militante neste distrito. Mas pode ser incluído pela direcção nacional do partido que tem poderes para decidir quem são as pessoas que surgem nos dois primeiros lugares. E justifica: “De vez em quando também há que ter capacidade de inovar”. Pedro Ribeiro justificava que “o melhor cabeça de lista por Santarém é António Serrano”, com o facto de haver necessidade de se mudar de caras mas sobretudo pelo trabalho que o ministro tem feito na pasta da agricultura, sendo esta uma das regiões mais importantes em termos agrícolas no país. “Por isso acho que era uma pessoa que representava bem o nosso distrito”, sublinha, acrescentando que Jorge Lacão deve concorrer numa lista mais de âmbito nacional, por Lisboa. O ex-presidente da Câmara de Abrantes, Nelson Carvalho, não aponta nomes mas defende a ideia de que a lista deve integrar independentes e que deve ser representativa de todo o distrito de Santarém. Já o presidente da concelhia de Santarém, Pedro Pimenta Brás, limitou-se a comunicar à distrital que três militantes dessa secção se tinham disponibilizado para integrar a lista. Um é o secretário de Estado das Florestas e ex-presidente da Câmara de Santarém, Rui Barreiro. Mas este não era um dos nomes que na quarta-feira se falava para ocupar os lugares elegíveis que nas últimas eleições foram quatro. Pedro Brás gostaria que a cabeça de lista fosse a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Serrão, por ser de Santarém.Os nomes que se falavam para os primeiros lugares da lista, sem contar com os nomes que ainda vão ser indicados pela estrutura nacional do partido, eram os dos actuais deputados João Sequeira e António Gameiro e o da governadora civil de Santarém, Sónia Sanfona. O presidente da distrital, Paulo Fonseca, que é também presidente da Câmara de Ourém, não quis confirmar os nomes na quarta-feira de manhã, dizendo apenas que já conversou com 20 pessoas sobre a constituição da lista.