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A jovem fadista de Benavente que canta o lado feliz do fado

A jovem fadista de Benavente que canta o lado feliz do fado

Vânia Duarte, 26 anos, acaba de lançar o primeiro trabalho em CD

É de Benavente a fadista residente da Casa de Linhares e do Pateo de Alfama, em Lisboa. Vânia Duarte, 26 anos, acaba de lançar o primeiro CD – “Efeito de Fado” e assume que as experiências de palco que partilhou com os fadistas da terra foram importantes para a sua formação musical. Não se revê na tristeza e melancolia que está associada à canção portuguesa e canta sempre o lado feliz do fado.

O primeiro microfone de Vânia Duarte, jovem fadista de Benavente, foi um rolo de papel de cozinha. Depois passou para as velas e castiçais. Até que o pai lhe ofereceu um microfone verdadeiro. Com 26 anos Vânia Duarte acaba de lançar o primeiro CD – “Efeito de Fado”. A paixão pela canção portuguesa revelou-se cedo por influência dos pais que ao domingo de manhã deixavam ecoar o fado na casa. Era miúda e já revelava algum talento para o mundo do espectáculo. “Estava sempre metida em todas as festas da escola, seja como apresentadora, cantora ou actriz”, recorda. Aos 12 anos assumiu a paixão. Lembra-se de apagar as luzes sempre que cantava porque ficava com a sensação que os outros assim não a ouviriam errar. Numa festa de aniversário do padrinho encontrou um dia o músico Carlos Garcia e a fadista Eulália Duarte. Vânia Duarte cantou com a viola a acompanhar e descobriu que afinal gostava mesmo do fado e tinha que o explorar ainda mais. Participou nos circuitos de fado de Benavente, com músicos da terra, e revela que apesar de serem amadores foram muito importantes para a sua formação musical. Não conseguiu entrar na Escola Superior de Teatro e Cinema e acabou por se licenciar em Animação Sócio-cultural. Paralelamente ao curso investiu sempre em pequenos cursos de teatro e música. Em 2003/04 foi uma das 16 alunas seleccionadas para a Operação Triunfo, ultrapassando 30 mil concorrentes. Apesar de não ter chegado ao final ficou com mais uma experiência importante de aprendizagem. É fadista residente em duas casas de fado de Lisboa – Pateo de Alfama e Casa de Linhares – e só aos fins-de-semana é que vem para Benavente. Vânia Duarte confessa que canta com felicidade. “Não olho para o fado de uma forma melancólica ou saudosista. Gosto de dar sempre o meu lado feliz”. É esta a sua maneira de estar na canção portuguesa. Nem poderia ser de outra forma para uma jovem fadista que está bem com a vida. Das actuações recorda uma noite de fados organizada pela Câmara Municipal de Lisboa. Uns dias antes do espectáculo magoou um pé mas como não queria faltar ao compromisso alterou o nome da apresentação para “Vânia Duarte – Fado Sentado”. O silêncio dos espectadores foi tão grande que a fadista acredita que a actuação ficou gravada. Maria da Fé, Carlos Ramos, Fernando Maria e Amália são as referências musicais que destaca. Gosta também dos fados do Ribatejo que falam das tradições da terra, dos campinos e das touradas. Sente que o fado está neste momento no bom caminho, com a lufada de ar fresco dos novos fadistas que romperam com o círculo muito restrito deste tipo de música. Não teve medo de se lançar para a edição de “Efeito de Fado” porque o risco de não o fazer seria muito maior. “Temos de acreditar no que somos e fazemos e as coisas tem de ter um caminho”. Quando olha para o futuro vê-se a fazer muitas coisas mas com a música sempre lá dentro.
A jovem fadista de Benavente que canta o lado feliz do fado

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