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Francisco Alexandre

Francisco Alexandre

80 anos, reformado, Vale do Paraíso (Azambuja)

“Elas é que andam agora à volta deles. O homem perdeu o entusiasmo pela mulher porque agora tem mulheres com fartura. A mulher tem de ser desejada mas perdeu-se a si própria e deixou de ter algum valor. Já sabia que isto estava a acontecer na Europa e mais cedo ou mais tarde acabaria por chegar a Portugal”.

Como vê a actual situação financeira em Portugal?Só existe uma certa classe que dá pela crise porque o resto do povo não a sente nos bolsos. A crise para os pobres é sempre igual. Foi em 1983, quando cá esteve o FMI, que eu tive um dos melhores anos da minha vida. Eu como nunca gastei mais do que aquilo que ganhei mantive-me sempre bem. O problema de Portugal é não produzir e gastar mais do que aquilo que recebe. O casamento ainda é para toda a vida?Não e acho muito bem que assim seja. Já viu o que é partilhar toda a vida sempre com a mesma pessoa? É preciso ambos gostarem muito para o casamento aguentar. Mas com a liberdade que existe agora é muito difícil. O melhor agora é cada um levar a sua vida sem qualquer compromisso assinado e se as coisas não correrem bem separam-se. São as mulheres que estão mais saídas da casca?É a juventude em geral que está pior e os grandes culpados são os pais. Todas as crianças nascem sem saber falar e só aprendem aquilo que lhes ensinam. Eu também era como os jovens de agora mas tinha a rédea curta. Não gosto de ver pessoas tão novas a irem para a noite beber uns copos a mais. Em relação às mulheres acho muito bem a igualdade que conquistaram ao longo do tempo. O meu pai deu uma moradia a cada filho e às raparigas deu apenas mobília e eu achei isso sempre mal.Para conquistar uma mulher ainda é com um ramo de flores?Elas é que andam agora à volta deles. O homem perdeu o entusiasmo pela mulher porque agora tem mulheres com fartura. A mulher tem de ser desejada mas perdeu-se a si própria e deixou de ter algum valor. Já sabia que isto estava a acontecer na Europa e mais cedo ou mais tarde acabaria por chegar a Portugal. Concorda com a construção de uma nova praça de toiros em Azambuja?Para quê investir 600 mil euros para realizar uma ou duas touradas por ano com tanta falta de dinheiro que existe? É uma vergonha e eu até gosto da tauromaquia.E em Vale do Paraíso o que faz falta?Nesta freguesia já se gastou dinheiro a mais. Temos aqui uma espécie de parque infantil, onde estão enterrados 100 mil euros. O que precisamos aqui é de gente com juízo para governar, tal como em Portugal. Também temos falta de gente que goste de trabalhar. De resto, gosto muito de cá morar. É uma terra muito hospitaleira e todos os que vêm de fora já não querem mais sair daqui. Todos se conhecem e isso é muito bom.
Francisco Alexandre

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