O ministro da Agricultura, António Serrano, desafiou a grande distribuição a pagar justamente aos produtores de vinho para que o sector se possa desenvolver e ganhar dimensão do mercado internacional.Falando durante a atribuição dos prémios entidade e personalidade do vinho 2010, atribuídos pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), o ministro reconheceu que os produtores ficam “em estado de choque” quando vêem os preços dos vinhos nos supermercados e restaurantes. “Só o pode fazer quem tem capacidade de decisão política nesse capítulo, que é a grande distribuição, que pode bem pagar melhor aos seus fornecedores em vez de comprar lá fora, ajudando a economia e a agricultura em particular”, apelou António Serrano.No fim-de-semana em que decorreu a Festa do Vinho do Cartaxo, António Serrano afirmou que, apesar das dificuldades orçamentais, os apoios ao sector têm sido de monta, especialmente na promoção dos vinhos para exportação. “Tem havido apoio à promoção através do Orçamento de Estado e de apoios comunitários, como a recente campanha «Wines of Portugal» porque é preciso convencer quem compra vinho. O ano de 2010 foi positivo, com 16 por cento de crescimento da produção para sete milhões de hectolitros, com o preço por garrafa vendida a subir e com um retorno de 650 milhões de euros no país provenientes da exportação”, argumentou o ministro da Agricultura.UTAD e Revista de Vinhos premiadasA sessão decorreu sábado na Quinta das Pratas, no Cartaxo, perante autarcas da região e do país e empresários que viram ser atribuídos os prémios entidade e personalidade do vinho 2010 à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e ao director da Revista de Vinhos, Luís Lopes, respectivamente.António Serrano elogiou os premiados por, cada qual na sua área, contribuir para a divulgação, promoção e desenvolvimento do sector vitivinícola do país. A UTAD foi representada pelo seu reitor, Carlos Alberto Sequeira. “O resultado do nosso trabalho advém do esforço de jovens assistentes que estudam as castas e o ordenamento da vinha. Este prémio é um incentivo a continuar com este trabalho”, referiu o reitor. Quanto ao director da Revista de Vinhos, que não pôde estar presente, foi representado pelo seu chefe de redacção, António Falcão. “A Revista de Vinhos é um projecto temático inédito, mesmo a nível internacional, que tem 22 anos e uma redacção sólida há pelo menos dez anos. Parabéns também à AMPV pelo seu trabalho de divulgação e promoção do sector”, sublinhou António Falcão. Depois de elogiar o trabalho feito pelos premiados, o presidente da AMPV, da Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN) e presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas, fez um balanço positivo de quatro anos de actividade da AMPV. “Os municípios aderentes têm trabalhado com união e coesão, com objectivos concretos de promoção do enoturismo, do vinho e do mundo rural. Temos percorrido o país em parcerias com entidades públicas e privadas no apoio a políticas efectivas à internacionalização dos vinhos”, analisou o autarca.