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“Teimosia dos empresários pode levá-los à ruína”

“Teimosia dos empresários pode levá-los à ruína”

Mário Costa, administrador da Believe, afirma que região de Santarém é excelente para investir

Debate intitulado “Empresário – Um privilégio ou um problema no actual contexto económico mundial?” encheu o auditório da Escola Superior de Saúde de Santarém.

A teimosia dos empresários pode levá-los à ruína e arrastar outros empresários consigo. Para obterem sucesso no mundo empresarial têm que ser realistas, não “pensarem” que são os donos do mundo e terem humildade para saber ouvir os outros e, quando precisam, decidirem recorrendo à ajuda de especialistas. Quem o diz é Mário Costa, administrador da Believe, consultora financeira que organizou o debate intitulado “Empresário – Um privilégio ou um problema no actual contexto económico mundial?”, que se realizou na tarde de sábado, 30 de Abril, em Santarém.Para Mário Costa, a região de Santarém é excelente para investir num negócio sobretudo ligado à área tecnológica. A proximidade com Lisboa é um “privilégio” que tem que saber ser aproveitado pelos empresários. “Santarém tem excelentes vias de comunicação que nos permitem estar perto de Lisboa, o que favorece os negócios sobretudo na área das novas tecnologias”, refere o empresário.Mário Costa iniciou a sua actividade profissional na zona do Porto, de onde é natural, em 2007 e em Março do ano passado abriu um espaço em Almeirim. Uma aposta ganha, segundo diz, uma vez que lhe dá acesso a clientes das zonas do Alentejo, Algarve e Lisboa. O método de trabalho da Believe assenta numa avaliação prévia da real situação patrimonial e financeira da empresa. O diagnóstico é feito gratuitamente. Depois estabelece-se um “rigoroso” plano de recuperação, a médio prazo, verificando onde é que a empresa pode ser rentável, libertando os meios necessários e definindo os recursos mais adequados às necessidades. O processo de recuperação pode iniciar-se, em casos mais extremos, por um pedido de insolvência. “A insolvência não significa a falência da empresa, mas a possibilidade de se poder iniciar uma negociação credível com os credores, que podem incluir o Fisco e a Segurança Social, permitindo uma renegociação das dívidas contraídas, que pode passar por um perdão parcial ou um pagamento faseado, o que pode significar um enorme alívio para o empresário”, explica Mário Costa.Para o consultor financeiro, o problema dos empresários é que não têm um plano de negócio para planear o seu trabalho a médio e longo prazo. Na sua opinião tem que haver uma linha de rumo e não limitarem-se a viver o dia-a-dia. “Há solução para todos os problemas, basta que o empresário queira mudar quando é necessário fazê-lo”, conclui o empresário.Esperança e garra fundamentais para ultrapassar crise financeiraEsperança, desafio e garra são factores fundamentais para ultrapassar a grave crise financeira que se vive em Portugal. A opinião é de alguns empresários da região de Santarém com quem O MIRANTE conversou durante o debate intitulado “Empresário – um privilégio ou um problema no actual contexto económico mundial?”.Para Eduarda Reis, da Escola Internacional de Línguas, o principal problema dos empresários é estarem “desmotivados” com a actual conjuntura económica que se vive em Portugal. “Temos que arregaçar as mangas e andar para a frente”, sublinha. Na sua opinião ser empresário, neste momento, é uma preocupação uma vez que existem maiores dificuldades mas é também um privilégio “conseguir vingar no meio de tantos falhanços”, afirma bem disposta.Para Rui Sousa, gerente da Happy Screen, - parceiro tecnológico da Believe – desafio é a palavra de ordem para os empresários enfrentarem a crise económica. Segundo o empresário, é tudo uma questão de mentalidades. “Temos que ser nós, empresários, a combater as dificuldades com muito trabalho e dedicação. Só assim conseguimos vencer”, afirma. A crise também se reflecte na área de negócios de José Manuel Cordeiro, que trabalha com combustíveis. O facto de existirem menos carros a circular faz com que haja uma “enorme” quebra na venda de combustível. O empresário diz estar a aguardar com “grande” expectativa as novas medidas restritivas que vão ser apresentadas em breve. “A crise ultrapassa-se com esperança e perceber que o mundo tem que evoluir e existem hábitos e tradições em Portugal que têm que ser alterados para que a nossa economia possa progredir”, explica.Reputação do Estado português é igual a uma “casa de meninas”Os próximos anos vão ser complicados para os portugueses que vão ter que “suar” para garantir o equilíbrio do défice e endividamento. O jornalista especializado em Economia, Camilo Lourenço, refere ainda que os portugueses estão a ganhar mais do que são capazes de produzir o que nos torna “muito pouco” competitivos. Camilo Lourenço foi o moderador do colóquio intitulado “Empresário - um privilégio ou um problema no actual contexto económico mundial?”. O auditório da Escola Superior de Saúde foi pequeno para acolher as cerca de três centenas de pessoas que estiveram presentes. O jornalista comparou a reputação do Estado português com uma “casa de meninas” explicando que é por essa razão que não “nos” emprestam dinheiro como é preciso neste momento. Para o orador João Ermida, presidente do grupo financeiro Sartorial, os empresários têm que aproveitar as suas qualidades para lutarem nas alturas de crise. Flexibilidade, gosto de comunicar e risco para empreender são algumas das qualidades que considera que os empresários portugueses possuem. João Ermida refere que quando o Estado “não sabe apoiar” os empresários não têm outra solução senão saber navegar.O administrador de insolvências, Reinaldo Costa, sublinha que a possibilidade de falência de uma empresa tem que estar sempre na linha de horizonte do empresário. Defende também que é fundamental ter noção do patamar de risco com que os empresários podem funcionar. “O plano de insolvência de uma empresa tem que ser cumprido para os credores acreditarem na recuperação dessa empresa”, concluiu.
“Teimosia dos empresários pode levá-los à ruína”

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