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Em criança preferia jogar à bola mas acabou por seguir o negócio da família

Em criança preferia jogar à bola mas acabou por seguir o negócio da família

Carlos Vieira trabalha na área da carpintaria há dezoito anos

Um dia de trabalho nunca é igual para Carlos Vieira e o empresário já se habituou a não fazer muitos planos.

Em criança preferia jogar à bola com os amigos do que ajudar a limpar a carpintaria do pai e do tio. Mas depressa lhe tomou o gosto e ganhou o bichinho para trabalhar com madeiras. Quis o destino que Carlos Vieira, 40 anos, escolhesse seguir as pisadas dos seus familiares que inauguraram a carpintaria Vieira e Pedro em 1973. O primeiro emprego foi na panificadora de Alcanhões, onde nasceu, mas depressa começou a trabalhar na carpintaria do pai e do tio. Já lá vão 18 anos. O jovem ainda tentou evitar trabalhar com o pai mas acabou por se render. “Não é fácil trabalhar com familiares porque quando temos ideias diferentes é mais difícil aceitar as decisões dos mais velhos mas felizmente acabou por correr tudo bem”, explica.Agora que o pai se reformou é Carlos Vieira, com a ajuda do primo João Pedro, quem gere a empresa que cresceu bastante nos últimos anos. O empresário depressa sentiu necessidade de crescer e não trabalhar apenas em Alcanhões e no concelho de Santarém. Por isso tomou a decisão de trabalhar em Lisboa. Ganhou uma obra em Mem Martins, perto da capital, e o bom trabalho foi o melhor cartão de visita que podia apresentar. “Gostaram tanto do nosso trabalho que nessa rua fizemos o restauro de quase todos os prédios”, conta bem-disposto.Depois desse trabalho começaram a surgir vários trabalhos sobretudo na região de Lisboa e actualmente grande parte do negócio da carpintaria Vieira e Pedro é em parques escolares e centros de saúde. Um dia de trabalho nunca é igual para Carlos Vieira e o empresário já se habituou a não fazer muitos planos uma vez que a agenda pode ser alterada com os imprevistos que podem surgir. “É muito stressante mas vale a pena”, sublinha.O projecto de cada obra, por mais simples que possa parecer, obedece a um grande rigor. A primeira coisa a fazer é ir à obra fazer um levantamento de tudo o que é preciso fazer. Já com o orçamento aprovado, Carlos Vieira senta-se no seu computador e coloca em tabelas informáticas todos os dados relativos às construções que tem que realizar. Um trabalho meticuloso onde nada pode falhar. “Se nos enganamos, chegamos à obra com o material para colocar e a porta que deveria abrir para a esquerda abre para a direita. Temos que voltar para trás e refazer. É algo que não pode acontecer”, esclarece.O pai e o tio de Carlos Vieira começaram o seu negócio no espaço onde ainda hoje se mantém a carpintaria. Mas com o aumento de volume de negócios, Carlos Vieira comprou um terreno onde construiu um armazém com cerca de 400 metros quadrados onde estão montadas todas as máquinas de carpintaria e onde são executados os trabalhos. O empresário pensa construir um novo pavilhão num terreno contíguo à loja para aumentar o local de trabalho.Carlos Vieira trabalha com todo o tipo de madeiras normalmente importadas do Brasil e que compra a fornecedores do norte de Portugal. Actualmente a madeira mais procurada é a wenguê, uma madeira mais escura. Se há uns anos a madeira branca estava fora de moda, agora começa a utilizar-se bastante. O empresário conta a O MIRANTE que investiu em máquinas especializadas que lhe permitem fazer mais trabalho em menos tempo. “Faz com que eu possa reduzir os preços de venda”, diz.Apesar do sucesso da empresa, Carlos Vieira afirma que a carpintaria é uma profissão em vias de extinção uma vez que são poucas as pessoas que querem aprender o ofício. O empresário conta o episódio em que pediu no Centro de Emprego várias pessoas para trabalharem como carpinteiros e não recebeu uma única resposta. “As pessoas não querem uma profissão qualquer”, afirma.Carlos Vieira está satisfeito com o crescimento da sua empresa e pretende continuar a apostar no seu desenvolvimento. Já pensou em comprar um pavilhão na Zona Industrial de Santarém para estar mais perto de Lisboa mas por enquanto não pensa deixar a sua terra natal. “Felizmente nunca precisei de passar por nenhuma obra para deixar um cartão da carpintaria”, conclui com orgulho.
Em criança preferia jogar à bola mas acabou por seguir o negócio da família

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