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Vai ser possível ver o Tejo do quarto onde dormiu Almeida Garrett

Vai ser possível ver o Tejo do quarto onde dormiu Almeida Garrett

Fundação Passos Canavarro abre Casa Museu repleta de história e arte

É o proprietário da casa, Pedro Canavarro, o filho e a nora que recebem quem queira conhecer a casa junto às muralhas das Portas do Sol, em Santarém.

A cama onde dormiu Almeida Garrett quando, em meados do século XIX, visitou a casa do seu amigo Passos Manuel em Santarém é uma das curiosidades que o visitante pode encontrar na Casa Museu Passos Canavarro, que abre dia 17 de Maio, de terça-feira a domingo com possibilidade de visitas guiadas às 11h00 e às 15h00.A entrada faz-se por um jardim romântico e é o proprietário da casa, Pedro Canavarro, o filho e a nora que recebem quem queira conhecer um espaço recentemente restaurado repleto de história e de arte, situado junto às muralhas das Portas do Sol e imortalizado nas “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett, que ficou deslumbrado com a vista sobre o Tejo.Amigo de Passos Manuel, que adquiriu a casa na alcáçova de Santarém em 1841, o escritor pernoitou no quarto onde nasceu e onde ainda hoje dorme o presidente da Fundação Passos Canavarro – Arte Ciência e Democracia, Pedro Canavarro, trineto daquele que foi um dos vultos mais proeminentes das primeiras décadas do liberalismo português.“Quisemos transformar este espaço numa Casa Museu - como tal, aberta ao público - e, o nosso maior desejo, participada, activa, dinâmica”, disse Pedro Canavarro, numa apresentação do espaço à comunicação social que decorreu na sexta-feira.Licenciado em História e Museologia, professor universitário em Portugal e no Japão, comissário geral da XVII Exposição do Conselho da Europa sobre os Descobrimentos Portugueses, com passagem pela política (chegou a ser eleito para o Parlamento Europeu), Pedro Canavarro transforma a visita à casa, onde vive com o filho e a nora, numa lição de história e de arte. A Casa Museu foi construída sobre três vectores principais: o histórico, associado ao passado real do lugar (a alcáçova foi o paço de D. Afonso Henriques); o político, marcado pelo legado de Passos Manuel na primeira metade do século XIX (com reformas na educação e na administração, nomeadamente); o literário, imortalizado no livro que Almeida Garrett escreveu em 1846, retratando a guerra entre absolutistas e liberais.Outra das atracções é a colecção de quadros de retratos, paisagens e nus que a artista plástica francesa Mimi Fogt, falecida em 2005, doou à Fundação Passos Canavarro e que é possível apreciar na ala voltada para o Jardim das Portas do Sol que foi transformada em galeria de arte.Também a viúva de Pedro de Sousa, Magda Pinheiro, doou quatro dezenas de xilogravuras do artista, agora expostas na “sala do piano”, onde convivem com peças de arte oriental. As marcas da passagem de Pedro Canavarro por várias partes do mundo - com evidência para o Japão, onde foi leitor de português (de 1966 a 1968) e a cuja cultura se rendeu – e das amizades que cimentou com várias personalidades das artes e da cultura são também evidentes um pouco por toda a casa.“O que mais procuro com esta Casa Museu é que, não nos sentindo provincianos - porque também estamos, pelos materiais existentes, perspectivados, ao nível da arte e da cultura, para a globalização, tão importante no momento actual -, sabemos que tudo isto se situa num chão que também é nosso e portanto podemos voar porque sabemos donde partimos, podemos fazer aventura porque sabemos aonde regressar”, frisou.
Vai ser possível ver o Tejo do quarto onde dormiu Almeida Garrett

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