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O poeta do deserto

O poeta do deserto

Carlos Teixeira Luís tem 45 anos e mora na Póvoa de Santa Iria
O deserto exerce um fascínio muito grande sobre Carlos Teixeira Luís, 45 anos, morador na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. Não sabe ainda muito bem explicar porquê: “Sempre me senti atraído pela imagem do deserto e fui criando uma imagem mental desta região”. Não foi, portanto, difícil baptizar o segundo livro, que reúne microcontos, poesia e outros contos, por “Histórias do Deserto”, uma edição da Atelier de Produção, uma chancela da extinta Quasi Edições. Na bibliografia conta ainda com mais um, “Tijolos de Verde Rude”, que saiu em 2008. Tem pena que no concelho de Vila Franca de Xira não exista mais apoio aos pequenos escritores, que ainda não ganharam muita visibilidade. Lembra-se de começar a criar pequenos contos desde os 10 anos. Na adolescência passou para uma prosa mais confessional, própria da idade. O interesse pela poesia surgiu aos 18 anos. “Tentava traduzir as letras das músicas que ia ouvindo. Lembro-me de ter um fascínio muito grande pela poesia de Jim Morrison”. Depois de algumas incursões por Rimbaud ou Edgar Allan Poe, virou a atenção para os escritores portugueses como Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Daniel Faria ou António Ramos Rosa. Neste momento tenta escrever poemas mais longos, sem rimas, inspirando-se na técnica utilizada pelos músicos de jazz dos anos 50 e 60. A trabalhar em logística numa multinacional do ramo da Óptica, em Lisboa, é escritor nas horas vagas. Na pausa do almoço ou depois de deitar a filha de seis anos, à noite, é que se consegue entregar às palavras. “Gostaria que existissem mais iniciativas no concelho de Vila Franca de Xira para divulgar os escritores que ainda não têm muita visibilidade e que também não sabem muito bem quem são”, aponta. O poeta também se mostrou desagradado por ter pago o espaço do Palácio da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, para apresentar o último livro. “Não moro em Lisboa e consegui apresentar gratuitamente o meu livro na biblioteca Orlando Ribeiro e aqui na Póvoa tive de pagar”, critica. Tem pelo menos mais cinco livros praticamente prontos que gostaria de publicar e também pretende reeditar os dois que já desapareceram do mercado. Na internet mantém um blog onde vai colocando alguns dos poemas que escreve - http://carlosteixeiraluis.blogspot.com.
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