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Políticos e jovens indiferentes à passagem de Mário Soares pela Póvoa

Políticos e jovens indiferentes à passagem de Mário Soares pela Póvoa

Antigo Presidente pagou multa ao seu motorista apanhado a 200 à hora
No dia em que Mário Soares foi à biblioteca da Póvoa de Santa Iria houve quem preferisse ler Nietzsche e Balzac. Enquanto Soares falava na biblioteca o motorista guardava o Mercedes-Benz de 100 mil euros pago pelo Estado. Só se ausentou do seu posto para beber uma água. Em Abril foi apanhado pela GNR em excesso de velocidade a 200 quilómetros/hora na Auto-Estrada do Oeste (A8). O motorista não fala com jornalistas mas O MIRANTE descobriu o segredo: no dia em que foi autuado não pagou a multa e a carta do motorista foi apreendida. No dia seguinte foi o próprio Mário Soares que “agarrou” em 300 euros e pagou a multa. Na sessão foi notada a falta de políticos do concelho. Como os vereadores sociais-democratas Rui Rei e João de Carvalho, que já foi vereador da cultura. Os rostos da CDU também não foram vistos na plateia. A maioria era constituída por socialistas e até houve quem fizesse questão de levar o cartão de militante. Houve quem saísse da sala quando Soares disse que desistiu de ser comunista quando se apercebeu que a ideologia era tão má ou pior que a fascista. Duas pessoas saíram entre murmúrios. Um deles acabou no café do rés-do-chão com amigos a “malhar” no homem que muitos comunistas esperavam ter levado o PCP à vitória absoluta em Portugal nos pós-25 de Abril.Os jovens navegavam na internet indiferentes à sessão. Na rua a esplanada esteve sempre cheia. Rosa Fernandes e Maria Pereira, 18 e 22 anos, as duas estudantes que estudavam Nietzsche e Balzac pouco ou nada queriam saber sobre Soares. Sabem que, com sorte, vão tirar a licenciatura para ir trabalhar no estrangeiro. “Ele também contribuiu para o estado em que estamos”, acusa Rosa.Soares chegou meia hora antes do previsto e deixou-se ficar à sombra de uma árvore a falar com o cônsul do Equador em Portugal, Frixone Franco. Com meia hora de atraso, chegou o socialista João Quítalo, presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca. Já encontrou a sala cheia e com duas dezenas de pessoas de pé a bloquear as entradas. Mais atrasado ainda - 45 minutos - chegou o presidente da junta de freguesia do Forte da Casa, António José Inácio (PS), que não levantou qualquer questão e saiu apressadamente logo que acabou a sessão. Sá Jorge Ribeiro, autarca da Póvoa, interpelou Soares.Na plateia os telemóveis tocaram três vezes e numa das entradas as funcionárias da biblioteca vendiam os livros do autor. Muitos confessaram que só compraram a obra porque a assinatura do autor é importante.
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