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A Mata Nacional das Virtudes: Estudo de um Ecossistema

Quatro alunos do 12º ano do Agrupamento de Escolas de Azambuja - André Mota, Filipe Cruz, Miguel Mota e João Marques - desenvolveram um projecto em que estudaram a Mata Nacional das Virtudes e a sua biodiversidade. O trabalho centrou-se na investigação e na análise de um ecossistema nas suas diversas vertentes e na interacção dos seus elementos e factores. O projecto contou com a orientação dos professores Fernando Pedrosa e Alexandre Dias Pinto.Numa primeira fase, o grupo pesquisou e aprofundou os seus conhecimentos sobre conceitos e teorias do âmbito da biologia, da geologia e da geografia que eram necessários para o estudo de caso que iam realizar. Os alunos desenvolveram também uma investigação histórica sobre este local. Entre vários factos, apuraram que a Mata das Virtudes mais não é do que parte do Pinhal de Azambuja, plantado a mando de D. Dinis. Mais tarde, a madeira dos pinheiros foi utilizada na construção das naus dos navegadores portugueses, bem como noutras edificações importantes, como a estacaria para a Lisboa Pombalina e as cofragens do Terreiro do Paço. O estudo de caso do trabalho, que correspondeu à segunda fase do projecto, debruçou-se sobre questões do âmbito da biologia e da ecologia. Consistiu sobretudo na caracterização de um ecossistema da Mata, no registo da sua biodiversidade e na análise dos diversos factores condicionantes da vida. Com este intuito, descreveram-se também as principais relações bióticas e as condições abióticas (temperatura, humidade, etc.) existentes no ecossistema estudado. Seguindo os preceitos científicos, o grupo escolheu uma área de aproximadamente oito hectares da Mata Nacional das Virtudes com um acentuado nível de biodiversidade. Os jovens investigadores realizaram várias saídas de campo em que, com recurso a materiais de exploração, procederam à identificação e à inventariação das espécies encontradas e à sua posterior caracterização. Relativamente à fauna, os seres vivos mais comuns na área eram sobretudo insectos: os grilos, térmitas, escaravelhos, aranhas e moscas da espécie Drosophila Melanogaster, diferentes da mosca doméstica. Descobriram-se também vestígios de sapos, de lagartas e até de coelhos selvagens, que habitavam ou passavam por aquela área.Mas foi sobretudo ao nível da flora que registaram uma maior diversidade. Dentro da flora, a espécie predominante é o pinheiro, que está intimamente relacionado com o passado histórico da mata. O grupo identificou também a presença de espécies como a bétula, a acácia longifólia (planta nativa da austrália), a acácia mimosa, o tojo-bravo, o trevo branco, o cardo, o cisto, o salgueiro e o sobreiro. É nesta variedade que assenta o património natural da região. Após a caracterização da fauna e da flora, o grupo estudou as relações intra- e interespecíficas existentes entre as espécies e os factores que as influenciam, como a temperatura e luminosidade. Várias foram as relações de simbiose, mutualismo e comensalismo registadas no ecossistema, que envolviam espécies como os líquenes, as térmitas, etc.O trabalho desenvolvido sensibilizou os jovens investigadores para a preservação do ambiente e dos patrimónios naturais, como o da Mata Nacional das Virtudes, o que fez com que pusessem em prática uma acção preventiva, de índole ambientalista, que foi empreendida na terceira fase do projecto. Ao longo do estudo, foi já notória, na área estudada, a intervenção do Homem, que ameaça perturbar os habitats e as espécies que aí habitam. Esta é um tipo de intervenção que importa controlar e monitorizar.Assim, nesta terceira fase, os alunos avançaram para iniciativas de divulgação do património da Mata Nacional das Virtudes e de sensibilização da comunidade para a protecção desta área florestal. O grupo preparou um herbário digital do seu ecossistema e um site na internet com as fotografias tiradas durante as visitas de campo, com a informação sobre o ecossistema estudado e com a divulgação das iniciativas ainda a realizar. Os alunos elaboram também uma apresentação da Mata em programa flash, com a qual participaram no concurso “Descobrir a Floresta”, organizado pela Autoridade Florestal Nacional e pelo Ministério da Educação. O grupo fará ainda uma apresentação pública do projecto e dinamizará uma acção de sensibilização no Agrupamento de Escolas de Azambuja e em outros pontos do Concelho de Azambuja.

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