Nuno Casquinha, de 25 anos, é o novo matador de toiros de Vila Franca de Xira e o 37º português. O toureiro sucede assim a grandes nomes vilafranquenses que marcam o mundo da tauromaquia, como José Júlio, Mário Coelho e Vítor Mendes. A alternativa foi tomada na tarde de domingo, 29 de Maio, na arena da praça espanhola de Villanueva del Fresno pelas mãos de Javier Solis, sendo testemunha Júlio Parejo. Nuno Casquinha, que saiu em ombros da praça (orelha - orelha) juntamente com Javier Solis, alcançou a glória com um cartel que ficou aquém do desejado. O primeiro toiro que estoqueou foi o “Atarcero”, de Bernardino Piriz, animal nobre mas de pouca transmissão. O público reconheceu as dificuldades e aplaudiu o vila-franquense.Nuno Casquinha dedicou a lide do sexto toiro da tarde à presidente da câmara municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, que esteve presente na praça. O executivo municipal, recorde-se, aprovou uma comparticipação para a aquisição do “traje de luces” do toureiro, no valor de quase dois mil euros. Em Villanueva del Fresno estiveram também o vereador Vale Antunes e o presidente da escola de toureio José Falcão, António José Inácio, que é também presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa. Casquinha arrebatou o público com boa disposição e depois da primeira actuação libertou-se do nervosismo que o perseguia quando entrou na praça, toureando com maior espaço.O jovem matador vila-franquense nasceu em Lisboa mas toda a infância e juventude foram passados em Vila Franca, excepto quando esteve a viver em Espanha (a formar-se na Escola de Toureio de Madrid) e no México. A sua aficion vem de família, que sempre teve toiros e cavalos. O pai, Nuno Casquinha, é ganadeiro e o avô, António Henriques, tem uma coudelaria.“Vila Franca precisa de um toureiro à séria e Portugal também. Estou empenhado e tenho a ambição de arrastar público em Portugal e quando toureio em Espanha. Quero ser um triunfador que orgulhe Vila Franca e Portugal. Mas só posso garantir trabalho, honestidade e uma grande motivação”, disse Nuno Casquinha em entrevista a O MIRANTE em 2009. “Em Portugal é muito mau para a festa não haver a sorte de varas e a morte do toiro. Uma corrida nunca será um êxito redondo enquanto não tivermos toiros de morte. Falta sempre algo”, defendia já na altura.