uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Chumbado envio do processo RPP Solar para o Ministério Público

Chumbado envio do processo RPP Solar para o Ministério Público

Proposta dos vereadores do PSD na Câmara de Abrantes contrariada pela maioria socialista

A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), já havia referido que não tinha motivos concretos que a levem a pedir uma investigação por parte do Ministério.

A maioria socialista no executivo da Câmara Municipal de Abrantes chumbou uma proposta dos vereadores do PSD que visava a remessa do processo referente ao projecto da RPP Solar para o Ministério Público. Os autarcas da oposição fundamentavam a proposta alegando que “face a todas as incongruências que o processo da RPP Solar encerra e tem suscitado, não podemos correr o risco de que, a existir algum ilícito, o mesmo também venha a prescrever”. Em causa está, designadamente, o contrato de compra e venda do terreno onde está previsto implantar o complexo industrial, que foi adquirido pela autarquia por um milhão de euros e vendido no mesmo dia ao empresário Alexandre Alves por 100 mil euros. O PSD considera que a autarquia não acautelou os seus interesses ao não impor taxativamente no protocolo, firmado no anterior mandato, a possibilidade de reversão do terreno caso o projecto não se concretize.“Sendo a Câmara de Abrantes tão zelosa dos dinheiros do município em situações bem menos onerosas e que justificariam perfeitamente o investimento, como é o caso das obras da avenida do Paiol ou do Posto de Bombeiros na Zona Norte, não se percebe o seu desprendimento nem relativamente aos 900 mil euros com que beneficiou a RPP Solar com a venda do terreno, nem relativamente aos 99 mil euros da venda dos eucaliptos que ainda não recebeu (e provavelmente nunca vai receber), nem relativamente aos 53 mil euros da interrupção do projecto de reflorestação”, lê-se nos fundamentos da proposta agora chumbada pela maioria PS, a que se juntou o vereador independente.A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), já havia referido que não tinha motivos concretos que a levem a pedir uma investigação por parte do Ministério Público. E que essa entidade pode avançar com um inquérito sem ser necessário apresentar qualquer queixa. “Comprámos um terreno e vendemo-lo ao investidor associando um protocolo que firma as condições da alienação deste terreno”, relembrou na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes, em finais de Abril.Empresário fala em campanha para o denegrirO complexo de fabrico de painéis solares que em Setembro de 2009 Alexandre Alves anunciou para a freguesia de Concavada previa um investimento superior a mil milhões de euros e a criação de 1.900 postos de trabalho. O que está concretizado até à data encontra-se muito longe desses números e adensam-se as dúvidas, à medida que o tempo passa e os prazos se vão esgotando, sobre a capacidade do promotor em cumprir essas metas.Há cerca de um mês, O MIRANTE perguntou a Alexandre Alves para quando está previsto o arranque da primeira unidade fabril, tendo o empresário dito que a sua “primeira e única preocupação agora” é liquidar as dívidas, “pôr o conta-quilómetros a zero”, e depois arrancar, sem se comprometer com prazos. Adiantava que até à data nem o Estado nem a União Europeia “puseram, um tostão” no projecto, onde diz já ter investido 103 milhões de euros.Conforme noticiámos na altura, a empresa RPP Solar foi alvo de um pedido de insolvência no Tribunal de Abrantes por uma dívida de 30.001 euros a uma empresa de transportes e logística sedeada no Pinhal Novo, concelho de Palmela. Esse é o mais recente processo em tribunal movido por empresas que se arrogam credoras da RPP Solar. Antes disso já uma empresa de pré-fabricação de betão do Montijo tinha recorrido ao Tribunal de Abrantes reclamando 3,6 milhões de euros. O empresário Alexandre Alves confirmava a O MIRANTE dívidas a fornecedores num montante de 7,5 milhões de euros e revela que está a negociar com os credores o seu pagamento. “O activo da nossa empresa são 107 milhões de euros e o passivo são 7,5 milhões, por isso acho que está tudo dito”, afirmava, dizendo que não deve haver muitas empresas com essa relação entre activo e passivo e criticando algumas notícias postas a circular que, no seu entender, fazem parte de uma campanha para o denegrir.
Chumbado envio do processo RPP Solar para o Ministério Público

Mais Notícias

    A carregar...