Não vejo qualquer utilidade na edição de boletins municipais embora no caso de Tomar esta querela seja meramente política. O jornalista que escreveu a notícia deveria enquadrar a situação uma vez que, se bem me recordo, um dos vereadores daquele partido, quando tinha outras funções para além da protecção civil, editava um boletim só para divulgar o que fazia. Tenho visto alguns boletins municipais e de pouco podem servir aos munícipes. Publicam fotos e notícias de acontecimentos meses após eles terem ocorrido, por exemplo. Também não vejo qualquer vantagem na compra pelo município de páginas de jornais para editar as suas notícias. As autarquias devem colocar publicidade nos jornais quando isso se justifica ou é obrigatório, como no caso de concursos públicos ou divulgação de actividades, nomeadamente culturais, destinadas aos munícipes, que de um modo geral são mal divulgadas. E os autarcas devem disponibilizar-se para falar com os jornalistas sempre que solicitados para explicar as suas prioridades políticas e o fundamento das decisões. A nossa democracia precisa de uma imprensa livre. Por outro lado, tendo a maioria, se não a totalidade dos municípios, páginas online, podem divulgar aí, com muito mais eficácia, atempadamente e sem muitos custos, a informação considerada útil para os seus munícipes, a começar pelas actas das reuniões do executivo (coisa que, infelizmente ainda não é feita o que revela falta de transparência do poder autárquico).  José Rafael Teiga