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Se há dinheiro para os concertos também há para touradas

Se há dinheiro para os concertos também há para touradas

Protagonistas da festa estão conscientes de que os espectáculos tauromáquicos não ficarão imunes à crise

Os espectáculos tauromáquicos não são caros quando comparados com concertos em que as entradas custam 50 euros e mesmo assim esgotam. A falta de emoção e de um ídolo que arraste multidões foram outros problemas apontados num colóquio que decorreu em Vila Franca de Xira.

A festa brava não vai escapar à crise mas o preço dos bilhetes para os espectáculos tauromáquicos não pode servir de desculpa para o problema até porque há concertos com entradas que custam 50 euros e esgotam. Os cavaleiros João Salgueiro e João Ribeiro Telles e o forcado Francisco Mira, do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, estiveram à conversa no dia 27 de Junho, segunda-feira, no auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, num debate moderado por José Cáceres. “O meu filho deixou os estudos para se dedicar aos toiros e recomendei-lhe que voltasse a estudar. A festa daqui para a frente vai sofrer um golpe duro e vai ter de lutar para se impor”, analisa João Ribeiro Telles. Opinião foi partilhada pelos restantes oradores e pelo público que considera que os espectáculos taurinos não são caros quando comparados com outros eventos culturais que esgotam rapidamente os bilhetes. “Diz-se que antigamente é que era bom mas não é verdade. No dia em que nasci, a 12 de Julho de 1959, num domingo do Colete Encarnado, o meu pai estava a tourear e no fim não havia dinheiro para pagar. Ele não se importou porque tinha acabado de nascer um filho”, acrescentou João Ribeiro Telles. Para João Salgueiro Portugal está numa luta inglória com a vizinha Espanha que fica a hora e meia de distância. “Precisávamos da sorte das varas e de toiros lidados em pontas para atrairmos mais espectadores”, considerou. Outro dos problemas apontados foi a falta de emoção na arena que não prende os espectadores.“Hoje o toureio assenta no espectáculo e antigamente triunfava-se com base na emoção”, analisou João Salgueiro que também sente a falta de um ídolo que arraste as multidões. O peso dos toiros também esteve no centro da discussão. Segundo João Ribeiro Telles nos anos 70 existiam toiros que pesavam menos 100 quilos dos que actualmente vão para as arenas. Francisco Mira corrobora: “O toiro está mais pesado e macio e a pega também se tornou mais artística”. José Cáceres aproveitou para referir que a festa tem vindo a crescer em número de espectáculos por temporada. A Festa Brava em Portugal seria melhorada se houvessem melhores toiros, na opinião de João Salgado e Francisco Mira. Já João Ribeiro Telles considerou que se todos os toureiros se unissem o caminho a percorrer seria mais fácil.Por sua vez o presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa e da Escola de Toureio José Falcão, José António Inácio, aproveitou para chamar a atenção da necessidade de promover colóquios nas escolas básicas e secundárias do concelho para transmitir a aficion aos mais jovens.
Se há dinheiro para os concertos também há para touradas

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