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Estado de graça de Rui Rei acabou e acordo com PS pode estar por um fio em Vila Franca de Xira

Estado de graça de Rui Rei acabou e acordo com PS pode estar por um fio em Vila Franca de Xira

Entrevista de O MIRANTE levou vereadores do PS a pedirem a Rosinha que retire importância aos pelouros da oposição

Político do PSD estava na calha para ser promovido a vereador a tempo inteiro na Câmara de Vila Franca de Xira mas nesta altura já se põe em causa a continuidade de Rui Rei a meio tempo no executivo. Os vereadores do PS pediram contas a Maria da Luz Rosinha que ainda não conseguiu resolver o problema interno. Os vereadores perceberam a forma “carinhosa” como Rui Rei tratou a presidente mas ficaram zangados pela forma como o vereador se pôs em bicos de pés e deu conta do seu trabalho no executivo. Uma afronta foi como o vice-presidente, Alberto Mesquita, classificou a entrevista de Rui Rei segundo fontes do PS.

Rui Rei está a atravessar o pior momento do seu tempo de vereador desde que veio a público a sua entrevista a O MIRANTE publicada na edição de 2 de Junho de 2011. O vereador da Coligação Novo Rumo (PSD,CDS-PP, MPT e PPM) na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira foi fortemente criticado pelos vereadores do PS que pediram à presidente de câmara, Maria da Luz Rosinha (PS), para acabar com o seu estado de graça.Alberto Mesquita, conhecido por ser o vereador socialista politicamente mais “duro de roer” do executivo, quase que deitou o edifício da câmara abaixo quando pediu contas a Rosinha pela forma como Rui Rei veio a público dar conta do êxito do seu trabalho e facturar politicamente aproveitando o desempenho do seu lugar de vereador a meio tempo.A entrevista de Rui Rei teve um efeito imediato no seio político do PS: Rui Rei estaria a dias de exercer o mandato a tempo inteiro, uma situação que já estaria negociada há muito tempo com a presidente da câmara. Com a publicação da entrevista que deu a O MIRANTE tudo se complicou. A entrevista já foi publicada há um mês e meio e do vereador a tempo inteiro nem novas nem mandadas.O que é público, mas o vereador Rui Rei se recusa a admitir por não querer “comentar coisa nenhuma” nesta altura, é que a coligação está em perigo e que Maria da Luz Rosinha está nas mãos dos seus vereadores. E tudo o que a autarca decidir só pode ser contrário à “tomada do poder” pelos vereadores social democratas ainda durante o seu reinado.Para ajudar à festa a autarca não está a conseguir impor o seu delfim como futuro candidato à câmara. Fernando Paulo, o jovem vereador do executivo de Maria Luz Rosinha, não colhe a simpatia da maioria do aparelho do PS. O vereador é uma pessoa apagada socialmente e politicamente parece que quanto mais aparece mais escondida anda, diz fonte socialista ironizando a situação. O facto de Rui Rei não ter tratado mal a presidente da câmara na entrevista que deu a O MIRANTE não chegou para sossegar as hostes socialistas. Os vereadores leram nas entrelinhas da entrevista uma grande admiração pela presidente mas por outro lado entenderam nas suas palavras um grande ataque à sua sucessão uma vez que nem a própria sabe muito bem quem deve escolher para lhe suceder como candidato. Se há defeitos que são apontados a Rosinha é o de querer controlar tudo e de não conseguir ter ao seu lado os melhores porque esses não aceitam ser paus mandados.Rui Rei habituou-se a trabalhar com Rosinha desde que assumiu o cargo de vereador em 2002 e como não tem que lhe dar contas em termos políticos era, até à saída da entrevista, o vereador mais respeitado do seu executivo. Era também aquele que mais trabalho apresentava num pelouro das obras que é dos apetecíveis para os políticos que querem subir na hierarquia.O MIRANTE acompanha as reuniões do executivo com regularidade e é fácil comprovar que a relação entre Rui Rei e os vereadores socialistas está quase gelada. Só falta mesmo congelar de todo. Uma situação que Rosinha não deverá conseguir evitar a fazer fé numa fonte do PS que garante que entre o PSD e o PS na câmara de Vila Franca de Xira já nada será como antes. “Agora, e até ao fim do mandato, vão contar-se espingardadas e ninguém se ponha à frente dos vereadores feridos no seu orgulho” diz uma fonte do PS que trabalha na autarquia e prefere ficar de fora desta guerra.Enquanto Rosinha não resolve o problema com Fernando Paulo, ou seja, enquanto mantém a esperança e o desejo de que ele possa ser o candidato natural à sucessão, os problemas a montante vão-se resolvendo. Inácio perfilou-se para ser candidato mas segundo conta já aceita um lugar de vereador eleito numa futura lista.A POLÉMICA ENTREVISTANa entrevista concedida a O MIRANTE Rui Rei, vereador da Coligação Novo Rumo na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, aproveitou para colher os louros do trabalho feito no executivo.“Tenho obrigação de resolver o que critiquei. As ruas Miguel Esguelha e Gomes Freire estão a ser reconstruídas a custas do empreiteiro. Comigo à frente do departamento de obras a câmara não paga duas vezes a mesma obra”, garantiu Rui Rei na entrevista. “Não quero falar do que os outros fizeram. Quando cheguei a Lisboa Gás não pagava à câmara há dez anos 1 milhão e 700 mil euros. A Lisboa Gás pela primeira vez em dez anos pagou em Fevereiro 403 mil euros à câmara. Comigo as empresas respeitam as regras”, continuou o vereador que garantiu que já conseguiu reduzir a despesa com telemóveis.“Tenho um gabinete na câmara que tem os mesmos móveis, a mesma cadeira e as mesmas duas mesas que tinha quando cheguei. O computador com que trabalho é meu. Só vou ter um computador quando os outros tiverem as suas condições de trabalho. É uma questão de exemplo. Nós hoje estamos com diminuição dos consumos de telemóvel na ordem dos 30 por cento. Vamos tentar baixar ainda mais. Na área da iluminação pública a câmara paga por ano um milhão e 600 mil euros. Vamos até ao fim do ano baixar este valor. A EDP está a ser obrigada a instalar contadores - até aqui pagávamos por estimativa - para medir a quantidade de energia gasta e poder reduzir”.Rui Rei disse ainda que o PSD em Vila Franca de Xira está mais à esquerda que no resto do país. “O Partido Social Democrata na sua génese é um partido de centro-esquerda e se há sítio onde o PSD tem que saber estar na sua génese com as pessoas é em Vila Franca de Xira. Nas eleições de 2009 passámos de nove para 11 vereadores e os dois novos eleitos foram ganhos por este movimento”. Aproveitou para defender a possibilidade de criar a grande cidade do sul, como defendeu um companheiro seu há dez anos. “Se calhar mais tarde ou mais cedo a Póvoa, Forte da Casa e Vialonga serão uma só freguesia. Ganhando escala conseguimos gerir melhor as coisas. O que temos é que ter gente motivada, bem paga e a trabalhar por objectivos. Não podemos continuar a achar que quem trabalha na administração pública são os malandros cá do sítio. A administração pública é o que os vários partidos ao longo do tempo quiseram que ela fosse. Não tiveram coragem de mudar as regras e criaram empresas paralelas para fazer o que a administração pública não pode fazer”. Sobre Maria da Luz Rosinha garantiu que há limites que não se ultrapassam. “Falo com a presidente de câmara de igual para igual mas respeito-a”.
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