Lançado concurso público para construção das novas instalações da ESTA
Transferência da Escola Superior de Tecnologia para Alferrarede divide políticos em Abrantes
Sociais-democratas referem que esta medida é contra o processo de revitalização urbana em curso uma vez que vai provocar “a morte do centro urbano”, assumindo a sua posição em relação a esta opção do executivo socialista.
O executivo da Câmara Municipal de Abrantes aprovou o lançamento de um concurso público internacional de 9,5 milhões de euros para a construção das futuras instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), que ainda requer fundos europeus.Aprovado com os votos favoráveis da maioria socialista e do vereador independente e a abstenção dos vereadores do PSD, o lançamento do concurso público internacional para a adjudicação daquela empreitada está condicionado à obtenção de fundos comunitários que permitam a sua execução, observou a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque (PS).“O investimento é de grande monta e só o conseguiremos concretizar com o apoio do Quadro de Referência Estratégico Nacional” (QREN), vincou a autarca, estimando que o mesmo possa significar um apoio financeiro de “até 80 por cento” do total orçamentado.A Câmara de Abrantes assumiu a responsabilidade de concepção do projecto de execução das novas instalações, a cedência de área no espaço do Tecnopólo e a comparticipação nacional do valor total do investimento, comprometendo-se ainda a criar residenciais para estudantes no centro histórico da cidade, a par dos respectivos acertos nos horários e na quantidade de transportes públicos urbanos, atendendo aos fluxos necessários.Instalada há uma década no centro da cidade, em edifícios antigos e com múltiplas deficiências, a ESTA integra o Instituto Politécnico de Tomar (IPT). A deslocalização para o complexo do Tecnopólo do Vale do Tejo, em Alferrarede, é contestada pelos vereadores do PSD, que se abstiveram na votação, por considerarem que é mais um passo para o esvaziamento do centro histórico da cidade.Transferência é “um erro crasso”Na última sessão da assembleia municipal o PSD também teceu críticas à mudança. “A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) tem funcionado nos últimos anos como a réstia de vida da cidade” referiu a deputada municipal Manuela Ruivo, deixando clara a posição do partido relativamente a esse assunto. Para o PSD a transferência da ESTA, frequentada por 455 alunos, para o Tecnopólo de Alferrarede é “um erro crasso” uma vez que vai contribuir para o esvaziamento do centro urbano da cidade. “Os responsáveis pela morte da cidade querem agora regenerar a cidade”, atirou considerando que “era desejável que a ESTA e as actividades que prossegue não abandonem o centro da cidade”.A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), reagiu à intervenção da deputada social-democrata com palavras fortes. “Ficámos todos a saber que este projecto, nas mãos do PSD, é para matar”, disse. A autarca lamentou ainda que tenha levado a aprovação do executivo a abertura do concurso que possibilita a construção da nova escola e que os vereadores do PSD tenham optado pela abstenção por não concordarem com a nova localização da escola, recordando que, há 20 anos, quando abriu a Escola Profissional de Agricultura de Mouriscas também muitos não acreditavam na sua implantação. Mais cáustico foi o presidente da Junta de Freguesia de Alferrarede, Pedro Moreira (PS). “A sra. deputada veio mostrar, esta noite, o rosto do PSD em relação à ESTA porque há dois anos, em campanha eleitoral, a vossa posição era dúbia”, salientou. Para o presidente de junta, Alferrarede é uma freguesia tão urbana como as freguesias “do cabeço”, referindo-se a São João Baptista e São Vicente. “Há sitio mais indicado para instalar uma ESTA do que no local onde estão sedeadas empresas, junto ao centro do saber, proporcionando uma articulação de sinergias entre o ensino e o mercado de trabalho?” interrogou o autarca de Alferrarede considerando que esta posição do PSD revela alguma “tacanhez” e uma “incapacidade de pensar a longo prazo”.
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