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Hotel inacabado há 20 anos em Santarém w já tem projectos para a sua recuperação

Câmara já recebeu os documentos e não vai permitir mais adiamentos das obras

A Câmara de Santarém tem permitido o adiar da reconstrução do hotel nas encostas do Caramona o que já fez com que perdesse mais de 900 mil euros em multas por incumprimento das escrituras.

A empresa que ficou com o hotel inacabado nas encostas do Caramona, na periferia de Santarém, já entregou os projectos para conclusão do imóvel depois da Câmara de Santarém ter autorizado várias prorrogações do prazo sem accionar as cláusulas penais que lhe permitiram encaixar mais de 900 mil euros. A Hagen Imobiliária entregou há duas semanas todos os documentos necessários para a reconstrução do esqueleto de betão com vista para o Tejo e a licença de construção deve ser emitida durante o mês de Agosto. O vereador do Urbanismo da autarquia, João Leite (PSD), diz que a entrega dos projectos “demonstra que a empresa está interessada em resolver o problema” e que “a partir do licenciamento começam a contar os prazos” previstos na escritura que inclui multas por cada dia de atraso no início das obras. A entrega do imóvel à Hagen em 2007 foi um processo no qual se empenhou o presidente da câmara, Moita Flores (PSD), para resolver um problema ambiental antigo, mas que se tem arrastado. A autarquia tinha garantido que já não ia permitir mais atrasos e o prazo dado pelo município estava agora a acabar. Recorde-se que no ano passado O MIRANTE revelou que a autarquia estava a deixar passar os prazos previstos na escritura de transacção do hotel e que não estava a receber os mil euros estabelecidos por cada dia de atraso. A Câmara de Santarém já podia ter ganho mais de 900 mil euros se accionasse as cláusulas previstas na escritura, o que tem optado por não fazer porque, segundo justificou na altura João Leite, apesar de a câmara estar em dificuldades financeiras a autorização dos adiamentos prendia-se com o facto de estarmos em período de crise económica e de os proprietários do hotel estarem também a sofrer com essa crise.Lembre-se que a escritura de transacção do hotel estabelecia um prazo de 60 dias para apresentação do projecto de construção, a contar desde 28 de Setembro de 2007, e um prazo de dois anos para a construção após a emissão da licença. Nessa escritura ficou explanado que a Câmara de Santarém, dona do terreno onde está o hotel, abdicava da reversão do espaço a troco de 900 mil euros para permitir a passagem do imóvel que tinha inicialmente entregue à Ivo Hotéis para a Hagen. O lote, perto do Cnema e do Retail Park, tinha sido entregue à Ivo Hotéis no início da década de 90 a troco de duas mil dormidas, tendo a autarquia o direito da reversão caso o hotel não fosse construído ou a autarquia não beneficiasse das dormidas. O processo do hotel tem 20 anos. Em 1991 a Câmara de Santarém vende à Ivo Hotéis o terreno para construção de uma unidade hoteleira com 120 quartos. A Ivo Hotéis iniciou a construção mas nunca terminou o empreendimento.

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