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Moradores do Monte Gordo continuam sem saber se os prédios onde vivem estão em risco de ruir

Vice-presidente da Câmara de Vila Franca diz que o estudo do LNEC já devia estar concluído

Os três prédios construídos na encosta do Monte Gordo apresentam rachas e um deles está desabitado devido ao risco de ruir. Em Março os técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil estiveram no local mas ainda não concluíram o que se pode fazer para resolver a situação.

Os moradores dos prédios situados na Quinta de Santo Amaro, na encosta do Monte Gordo, em Vila Franca de Xira, continuam sem saber se podem continuar a viver nos imóveis que apresentam problemas de estabilidade. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ficou de fazer um estudo mas ainda não enviou qualquer informação para os habitantes ou para a câmara municipal. O vice-presidente da câmara municipal, Alberto Mesquita (PS), estranha que o processo esteja a demorar “tanto tempo”, assegurando que já devia estar concluído. Em causa estão três prédios contíguos, um deles que foi fechado pelos serviços municipais de protecção civil por questões de segurança. Este bloco ameaça ruir e os outros dois apresentam fissuras em vários locais. Num dos apartamentos a fenda numa das divisões é tão grande que “cabe uma mão inteira lá dentro”, garante a O MIRANTE Armando Gonçalves, administrador do Lote A. Os técnicos do LNEC estiveram no local em Março a realizar medições e a tirar fotografias. O vice-presidente da Câmara de Vila Franca diz que “de acordo com os prazos que nos deram o trabalho já devia estar concluído. Já pedi aos serviços da câmara para entrar em contacto com a técnica que está a coordenar este trabalho para saber alguma informação mais actualizada. Não sei porque motivo ainda não está concluído”. Na última reunião do executivo camarário Alberto Mesquita reconheceu que o estudo é “extenso e complicado” mas ressalvou que é importante que surja rapidamente para serem tomadas decisões sobre o que fazer com a situação. “É bom ter uma informação rigorosa sobre esta matéria e termos um plano que nos diga o que fazer no futuro e quem será responsável por fazer as intervenções que serão necessárias. E não falamos apenas do prédio, falamos de toda a encosta”, disse.A problema está na enorme força que está a ser exercida pelos terrenos da encosta onde se situam os prédios, uma situação que representa também um perigo para as vivendas que estão abaixo da encosta. Há seis anos a câmara municipal construiu um talude de sustentação de terras - depois do construtor ter desaparecido - mas também esse talude ameaça avançar sobre os prédios, agravando o problema do Bloco B e fazendo aumentar o risco sobre os outros dois blocos.Armando Gonçalves partilhou em Março com O MIRANTE o estado de espírito de quem vive no local. “Estamos com medo, vivemos com o coração nas mãos. Quem pode está a vender as casas para ir embora. Eu tenho um apartamento no Bloco A mas não arrisco a viver lá”, refere. As áreas comerciais desenhadas para o rés-do-chão dos prédios estão fechadas e degradadas. As traseiras dos edifícios são um matagal e os sumidouros das águas pluviais estão entupidos. Quando os especialistas do LNEC visitaram o local em Março, os moradores colocaram a hipótese de se construírem 36 pilares para aumentar a rigidez estrutural do edifício que ameaça tombar para a via pública. Uma intervenção que pode custar cerca de 150 mil euros e que pode ter que ser paga pelas duas dezenas de famílias que vivem no condomínio.O MIRANTE contactou o LNEC para obter mais informações matéria mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.

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