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Moita Flores idealizou e apresentou projecto do novo cemitério de Santarém

Autarca espera que o concurso público para a construção seja lançado em breve
O presidente da Câmara de Santarém apresentou na reunião do executivo de segunda-feira o projecto para o futuro cemitério da cidade, a construir na zona do Jardim de Cima, que terá um forno crematório para servir a região e cujo concurso disse esperar lançar em breve. Actualmente está a ser elaborado o caderno de encargos.Francisco Moita Flores apresentou um projecto que diz ter sido assinado pela sua “alma” e que afirmou resultar em muito da sua experiência de “uma vida dedicada à identificação de mortos” e que procura conciliar a tradição “romântica” dos cemitérios portugueses ao que de mais moderno existe na Europa e Estados Unidos da América.Segundo o autarca, o projecto da autarquia vai ser posto a concurso público em breve, para entrega do crematório a uma empresa da área, que, além da construção e da gestão dessa parte, fará toda a estrutura do cemitério, ficando a autarquia responsável pela gestão dos enterramentos.O cemitério ocupará numa primeira fase uma área de seis a sete hectares, podendo ir até aos 14 hectares, explicando Moita Flores que a ocupação irá sendo feita de forma gradual. O complexo vai ser instalado próximo das instalações dos missionários Combonianos e tem um período de vida estimado entre 90 a 100 anos.Moita Flores disse que o novo cemitério, que espera ter concluído no Verão de 2012, conciliará os tradicionais enterramentos individuais e a existência de jazigos familiares com a possibilidade de cremação. As cinzas poderão ser colocadas num jardim de árvores frondosas, ser depositadas em nichos, ou, o que classificou como uma novidade em Portugal, serem “sepultadas” num espaço que simula o enterramento individual. “Seremos pioneiros em Portugal no sepultamento individual das cinzas”, afirmou.Além de zona de estacionamento, o espaço terá uma igreja principal, com capacidade para acolher 300 pessoas, sala de preparação dos cadáveres, duas câmaras ardentes, com antecâmara, uma zona de cafetaria, bar e de repouso, a zona de cremação e uma zona comercial, para venda de artigos relacionados, como flores, mármores, depósitos de cinzas.Segundo o autarca, o cemitério manterá a configuração “romântica” dos cemitérios portugueses, com praças, ruas, locais de culto e reflexão (numa analogia à “cidade dos vivos”), recuperando alguma da flora que se foi perdendo, como os chorões e os ciprestes. O projecto inclui a construção de quatro capelas funerárias junto à actual igreja de S. Pedro, situada a meio caminho entre o hospital de Santarém e o novo cemitério, de forma a libertar a zona nobre das Portas do Sol, onde actualmente se realizam os velórios.“Ampliação do cemitério foi um erro grande”O presidente da Câmara de Santarém considera imperiosa a trasladação dos corpos sepultados numa área do cemitério dos Capuchos que resultou da ampliação do recinto para a zona próxima da barreira que dá para a linha ferroviária do Norte. “Tem que se trasladar sobretudo as sepulturas que estão mesmo à beira da barreira. Porque aquele suplemento do cemitério foi um erro grande. Não imagino os milhões de toneladas de pedras que passaram a fazer força sobre aquela barreira. E temos tido a sorte de não haver uma tragédia macabra de ir ter à linha do comboio umas centenas de cadáveres”. Moita Flores diz que tem de se diminuir a pressão sobre a barreira e criar ali uma cintura de segurança para prevenir eventuais deslizamentos de terras.

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