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João Bigode

65 anos, desenhador, Vialonga

“Se o euro acabasse não me custaria muito voltar à moeda antiga porque ainda penso em escudos. Quando vou ao supermercado faço sempre a conversão. Aconselho os meus amigos que querem vender os andares a dizer o preço em escudos e não em euros. Em vez de 60 mil euros será melhor que digam 12 mil contos. Não assusta tanto. O valor em euros mete medo”.

Quem vai ser o próximo presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira?O PS tem um homem muito competente: Alberto Mesquita. Conheço-o há mais de vinte anos como trabalhador na Mague. Era um grande projectista. Seria uma mais valia para os munícipes. Por que é que muitas pessoas não se interessam pela vida política local?Espanta-me que algumas pessoas não saibam quem é o presidente de junta. Acham que os políticos é que têm que resolver tudo e demitem-se da participação. Antes do 25 de Abril, quando Salazar dava 90 minutos de futebol, era porque lá estava ele a entreter a malta. Agora é a todo o segundo futebol. É o ópio do povo. Para mim é o desporto da batota. O Governo está a pedir demasiados sacrifícios aos portugueses?Achamos sempre que o que nos pedem é demasiado mas não há outra hipótese. Digo isto e sou penalizado. As pessoas consomem mais do que produzem. Endividaram-se com créditos. Há dias ouvi um membro da Deco falar de uma família com 40 créditos. Como é possível? A culpa é das pessoas mas também do sistema. Pode ser que a crise ensine as pessoas a ser poupadas. Quem estava habituado a comer bife de lombo agora vai ao supermercado e compra grão e feijão para fazer refeições à base de saladas. É uma forma de poupar e optar por um estilo de vida mais saudável. A crise obrigou-o a poupar?Sim, claro. Para tomar café ou comprar o jornal faço um percurso de dois quilómetros a pé. Deixo o carro à porta, o que antes não acontecia. Seria capaz de voltar a pensar em escudos se o euro acabasse?Se o euro acabasse não me custaria muito voltar à moeda antiga porque ainda penso em escudos. Quando vou ao supermercado faço sempre a conversão. Aconselho os meus amigos que querem vender os andares a dizer o preço em escudos e não em euros. Em vez de 60 mil euros será melhor que digam 12 mil contos. Não assusta tanto. O valor em euros mete medo. Já comprou as prendas de Natal?Ofereço coisas que faço. Nos meus tempos livres faço esculturas de pequena e média dimensão que funcionam como porta velas ou suportes para incenso. Tenho umas aldeias de Natal, tipo nórdicas, feitas com ramos secos. É uma boa forma de poupar… O que não dispensa à mesa no Natal?Arroz doce. Quando nasci, a 1 de Janeiro, a minha mãe estava a fazer doces. O meu avô é que assistiu o parto. Dizem que sou guloso porque vim ao cheiro dos fritos. Faziam-se grandes travessas de arroz doce nas loiças de Sacavém. Ainda hoje tenho uma travessa embora um pouco empenada por causa do calor. O arroz deitava-se na travessa, cortava-se às fatias e era muito mais saboroso.

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