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Directora atribui culpas a professoras no caso do polémico castigo aos alunos

Agrupamento do Porto Alto diz que comunicação social empolou a situação
A direcção do Agrupamento de Escolas do Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, emitiu um comunicado no qual atribui culpas às professoras da escola do primeiro ciclo pela polémica em torno do caso do castigo aplicado às crianças, que ficaram impedidas de almoçar na cantina durante dois dias devido a mau comportamento. O comunicado assinado pela directora do agrupamento, Fátima Borges, refere que “as orientações veiculadas às docentes titulares de turma não foram retidas e transmitidas aos encarregados de educação da mesma forma, o que provocou alguma confusão”.No documento, o agrupamento “esclarece que a medida correctiva aplicada aos alunos do primeiro ciclo deve-se ao facto de os alunos apresentarem um comportamento desestabilizador que coloca em causa a sua segurança desde o início do ano lectivo”. A direcção do agrupamento não gostou da forma como os órgãos de comunicação social trataram do assunto, referindo que estes “deturparam o contexto em que a situação ocorreu” empolando a situação. O caso do castigo foi tornado público por O MIRANTE na edição de 16 de Novembro. Recorde-se que no dia 4 de Novembro nove crianças fugiram das auxiliares na via pública quando regressavam do almoço na Escola EB 2,3 para a Escola Nova do Primeiro Ciclo. Todos os dias as crianças, com idades entre os 6 e 9 anos, fazem este percurso de 300 metros entre os dois estabelecimentos para almoçarem na cantina e participarem nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC’s), acompanhados por duas ou três funcionárias. A subdirectora do agrupamento, Elisabete Dias, mandou as professoras dos respectivos alunos escrever um recado para os pais a dar conta do castigo aplicado. Nos dois recados a que o MIRANTE teve acesso, escrito por duas professoras diferentes, a mensagem era a mesma: os alunos estavam impedidos de almoçar na cantina durante dois dias. Em declarações prestadas à estação de televisão SIC, Elisabete Dias, atirou a culpa para as professoras responsáveis pelas turmas que interpretaram mal o recado que passou. “Derivado aos alunos terem tido um mau comportamento na deslocação entre as duas escolas, então o percurso teria de ser feito não com as nossas funcionárias mas com os pais ou alguém que os pais pudessem arranjar para fazer a deslocação”, explicou a subdirectora à estação de televisão. Mesmo assim as crianças também ficariam impedidas de almoçar na cantina já que ninguém iria à escola levar-lhes o almoço perante a indisponibilidade dos pais. Em todas as posições divergentes que vieram a público sobre este caso, a direcção do Agrupamento de Escolas do Porto Alto jamais admitiu que o castigo aplicado às crianças não foi o mais correcto e que não voltará a tomar a mesma atitude.Lembre-se que esta situação deixou os encarregados de educação indignados, considerando que a medida foi antipedagógica. Também o presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP), Isidoro Roque, veio condenar publicamente o castigo aplicado pela direcção da escola, pedindo esclarecimentos ao secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida. “Este castigo não faz qualquer sentido. Não sabemos sequer se é a única refeição que algumas destas crianças podem comer durante o dia. Duvido muito que crianças tão pequenas compreendam qual é o motivo que as levou a ficar sem refeição”, apontou Isidoro Roque, que atribui a culpa de todo este caso ao número insuficiente de funcionárias, na maioria das vezes apenas duas, que acompanham perto de 50 alunos.

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