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Espectáculo de distribuição pública de cheques na Câmara de Alcanena

Presidente da autarquia diz que não foi propaganda e que as dívidas eram anteriores ao seu mandato

Os fornecedores do concelho a quem a câmara estava a dever foram convocados para uma cerimónia de entrega de cheques, nos Paços do Concelho. A maior parte compareceu e...agradeceu.

A presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira, fez questão de entregar pessoalmente, cheques para liquidação de dívidas do município a mais de quatro dezenas de fornecedores do concelho. A cerimónia pública decorreu na manhã de 30 de Novembro, quarta-feira. A dívida paga daquela forma foi de 340 mil euros. A autarca justifica a iniciativa dizendo que quis dar uma “palavra de agradecimento” aos credores depois de dois anos a pedir-lhes desculpa por não ter dinheiro para lhes pagar. Os restantes credores - no total eram 254 - estão a receber o dinheiro em dívida através do correio ou de transferências bancárias. Entre eles estavam empresas fornecedoras de gás, electricidade e recolha de resíduos e entidades públicas como a ADSE. Martim Gomes Vieira dono de uma empresa de construção civil com o seu nome disse a O MIRANTE que tinha a haver 43 mil euros relativos a diversos trabalhos. “O dinheiro dá um jeitão depois de dois anos de atraso”, confessou. Mas teve o cuidado de acrescentar que não tinha feito pressão para receber. “Por acaso não o tinha pedido”, disse. Célia Costa, dos Lacticínios Santos Costa, admite que a dívida era pequena devido a um fornecimento de queijos para um evento promovido pela autarquia. “Compreendem-se os atrasos com a situação actual que vive o país, acaba por ser uma pequena prenda de Natal”, admitiu com um sorriso. Declaração idêntica foi feita por Maria Teresa Carreira “Era um valor menor e sem grande atraso. Há quem esteja bem pior”.A Câmara Municipal de Alcanena foi autorizada pelo Tribunal de Contas a contrair um empréstimo de 5 milhões de euros para pagamento de dívidas de curto prazo, tendo recorrido à Caixa Geral de Depósitos e ao Montepio. O encargo anual com aqueles compromissos agora assumidos ascende a cem mil euros. A diferença é que o município deixa de pagar juros de mora de 8,25 por cento assumindo uma dívida a 12 anos com juros da ordem dos 6 por cento.A Câmara de Alcanena estava ainda a sofrer retenções mensais na ordem dos 80 mil euros. (Cerca de 36 mil euros devido a atrasos na transferências de verbas para a ADSE referente aos anos de 2000 a 2002 e 37 mil euros mensais cativados pela Administração Central pelo incumprimento do rácio de endividamento camarário em 2007 e 2008), verbas que são automaticamente liquidadas e que deixam de representar encargos para a câmara. “Estávamos com uma prazo médio de pagamentos que ultrapassava 400 dias, o que já baixou um pouco. As coisas agora ficam mais controladas, deixamos correr alguns factorings que temos com taxas comportáveis”, conclui Fernanda Asseiceira.

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