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PSP indicou “nacionalidade portuguesa” de detidos em nota de imprensa

Uma nota de imprensa do comando distrital de Santarém do Polícia de Segurança Pública, referente à actividade daquela força de segurança entre 20 e 28 de Novembro, introduziu uma inovação a nível dos dados referentes aos detidos. A nacionalidade portuguesa. O responsável pelas relações públicas, comissário Jorge Soares disse a O MIRANTE que se tratou de um caso esporádico, resultante da falta de experiência de quem redigiu o comunicado.Durante muito tempo, nomeadamente a partir da altura em que Portugal se tornou um país destino de muitos imigrantes, as notas policiais passaram a integrar, nos dados identificativos dos indivíduos envolvidos em delitos ou crimes, a nacionalidade. No entanto isso apenas acontecia quando se tratava de estrangeiros, presumindo-se que todos os que não tinham qualquer referência à nacionalidade eram portugueses.Aquela situação fez com que a imprensa, nomeadamente a mais vocacionada para assuntos de polícia, começasse a usar a nacionalidade dos suspeitos ou criminosos como um dos principais elementos identificadores.Tal facto foi considerado como susceptível de incentivar a xenofobia porque gerava situações de generalização fazendo com que determinadas nacionalidades passassem a ser associadas a determinado tipo de criminalidade. Devido a acções de sensibilização de organizações contra o racismo e a xenofobia e do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), a menção à nacionalidade, nas notas de imprensa das forças policiais foi substancialmente reduzida, quase desaparecendo. Só em casos absolutamente justificáveis esse dado passou a ser mencionado.Por esse motivo causou alguma estranheza o facto de a última nota de imprensa do Comando Distrital de Santarém voltar a indicar a nacionalidade dos detidos, ainda por cima numa semana em que, só houve detidos de nacionalidade portuguesa. O MIRANTE solicitou ao gabinete da senhora Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, um comentário ao sucedido e informações sobre a evolução da linguagem utilizadas pelas forças policiais quando há estrangeiros envolvidos, nomeadamente imigrantes mas não obteve qualquer resposta até ao fecho desta edição.

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