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Desinteresse dos pais para com a escola “é alarmante”

Desinteresse dos pais para com a escola “é alarmante”

Azambuja debateu a educação no concelho
O crescente desinteresse dos pais face à escola é um problema “alarmante e severo” que terá de ser resolvido no futuro para que o desenvolvimento económico se torne mais visível. A opinião é de professores, pais e profissionais da área do ensino que estiveram reunidos na noite de 7 de Dezembro no Páteo Valverde, em Azambuja, num debate sobre educação e desenvolvimento local, promovido pela Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra. Um dos oradores da noite, o director do agrupamento de escolas de Azambuja, José Manuel Franco, lamentou que a maioria dos pais que se dirigem à escola tenha “poucas participações interessantes” para o percurso futuro dos alunos. “Alguns só aparecem para saber porque motivo a filha perdeu um guarda-chuva na escola e não querem saber, por exemplo, que tipo de aluno é que o filho é nas aulas”, lamentou. A presidente da associação de pais da escola de Azambuja, Eva Pires, considerou o assunto como “um dos mais urgentes de resolver” na educação do concelho e lamentou que os professores não estejam muitas vezes disponíveis para ouvir os pais. “Muitas vezes os professores não estão disponíveis para atender os pais porque ou estão em reuniões ou estão a dar aulas. Nós nunca conseguimos falar com quem ensina os nossos filhos, apenas com os directores de turma. E isso é errado”, condenou.Outro dos convidados da noite, o secretário-geral do Fórum para a Liberdade de Educação, Francisco Vieira e Sousa, admitiu que a participação dos pais nas escolas “por norma é pouco construtiva” e que isso resulta de uma mudança de paradigma da sociedade que tem de ser analisada. Mas também admite que os professores não têm formação para lidar com os encarregados de educação. “Um professor anda quatro anos na faculdade a aprender a ser professor e não tem uma única disciplina onde o ensinem a lidar com os pais. É lamentável”, acusou. No debate os oradores defenderam também que o sistema de ensino português é mau porque não proporciona uma cultura de liberdade às escolas e sobrecarrega o seu dia-a-dia com procedimentos burocráticos e excesso de regulamentação. “O modelo burocrático não presta. Ainda que se anuncie mais autonomia para as escolas a verdade é que a falta de liberdade tem-se agravado. As centrais de compras são disso um exemplo. São um atentado à falta de liberdade. Coisas que podíamos comprar mais barato aqui em Azambuja somos obrigados a comprar através da central”, condenou José Manuel Franco.Na plateia estiveram mais de 60 pessoas, entre as quais a actual vereadora com o pelouro da educação, Ana Maria Ferreira e o vice-presidente da câmara, Luís de Sousa (PS).
Desinteresse dos pais para com a escola “é alarmante”

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