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Situação financeira da câmara municipal de Azambuja é “gravíssima”

Situação financeira da câmara municipal de Azambuja é “gravíssima”

Joaquim Ramos admite reformulação profunda na estrutura da câmara que pode passar por dispensa de funcionários

Oposição diz que vai ser inevitável a câmara fazer um acordo de saneamento financeiro com o Governo. O presidente Joaquim Ramos admite fazer no próximo ano uma reestruturação dos serviços que pode levar à dispensa de funcionários com contrato a termo certo.

A situação financeira da Câmara Municipal de Azambuja é “gravíssima” e poderá obrigar o município a, no próximo ano, tentar fazer um acordo com o Governo para a elaboração de um plano de saneamento financeiro. Situação que poderá originar a dispensa de funcionários com contratos a termo, como aconteceu recentemente com técnicos das bibliotecas municipais precisamente por causa de dificuldades financeiras.A informação foi avançada na última assembleia municipal pelos deputados da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra e Bloco de Esquerda. O presidente Joaquim Ramos (PS), de regresso ao trabalho depois de ter sido operado a nódulos na tiróide, não desmentiu a acusação e confirmou que a situação da câmara “é má”, sendo que no próximo ano poderá ter de ser feita uma reformulação profunda da sua estrutura organizativa. A discussão sobre a situação financeira da câmara foi solicitada pela bancada do Bloco de Esquerda, uma semana antes de ser apresentado o orçamento municipal para o próximo ano. “Durante uma série de anos todos recorremos excessivamente ao crédito e fizemos coisas que se calhar não devíamos ter feito. Essa é uma reflexão que teremos de fazer no futuro. A situação difícil que vivemos deve-se à enorme diminuição de receitas, temos de ter em conta que o imobiliário saiu do mercado”, lamentou Joaquim Ramos.Em causa, dizem os deputados municipais da oposição, está o aumento “brutal” do endividamento líquido da câmara, em resultado do aumento das dívidas a fornecedores. A oposição estima que o valor global do passivo da câmara ronde os 27 milhões de euros. “A situação fala por si. A câmara já o admite de forma aberta. Desde o dia 1 de Janeiro que a capacidade de endividamento da câmara estava esgotada mas mesmo assim continuaram com essa gestão. Em 2009 a câmara tinha mais de um milhão de euros em ajustes directos. Hoje tem mais de 4 milhões. Esta câmara foi dimensionada para receber um aeroporto na Ota e contrapartidas que nunca chegaram”, criticou Daniel Claro (BE).A intervenção mais dura da noite foi de António Godinho, da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra. “A gravíssima situação económico-financeira da câmara pode implicar, a curto prazo, a definição e execução de um programa de saneamento financeiro a estabelecer com o Governo. E depois vai ser pior”, advertiu. O deputado questionou ainda os eleitos do PS sobre várias questões relacionadas com a gestão do concelho, o que incendiou os ânimos e levou vários deputados a abandonar a sala por momentos. “Digam-me se concordam que a câmara tenha quatro directores de departamento e nove chefes de divisão? Concordam que existam quatro vereadores em permanência com vencimentos mensais acima de 2 mil euros?”, questionou António Godinho. O deputado do Bloco de Esquerda, Daniel Claro, não poupou nas críticas à atitude dos eleitos socialistas. “A solução não é saírem da sala aos pulos e aos gritos por acharem que temos razão, é tempo de voltar à humildade. Metam na vossa cabeça que a maioria acabou, morreu”, acusou.Maioria recusa criação de comissão para acompanhar execução orçamentalA maioria socialista na Assembleia Municipal de Azambuja votou contra uma proposta apresentada pelos deputados da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra que visava a criação de uma comissão de acompanhamento da execução orçamental municipal. Apenas dois deputados do PS votaram a favor, juntamente com os eleitos do Bloco de Esquerda, CDU e coligação. A comissão teria como prioridades a análise ao passivo municipal e a análise de custos da estrutura orgânica da câmara, política e funcional.
Situação financeira da câmara municipal de Azambuja é “gravíssima”

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