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Admitidos despedimentos na câmara municipal de Azambuja

Comentário
Quem tem dois dedos de testa não é apanhado de surpresa pelo anúncio de possíveis despedimentos nas câmaras municipais. Os que pensavam que trabalhadores à porta de fábricas encerradas era uma situação que nunca seria colocada ao nível das repartições públicas enganaram-se. Os trabalhadores públicos vão ser muito afectados nesta situação de crise. E a pouco e pouco isso está a acontecer. De um modo geral o Estado pagava melhor que as pequenas e médias empresas que constituem o tecido empresarial da nossa região e do país. Dava regalias a vários níveis superiores àquelas de que usufruíam os trabalhadores privados. Mantinha a trabalhar e a progredir na respectiva carreira pessoas que pela sua incompetência e falta de produtividade seriam despedidas em qualquer outra empresa. Permitia que pessoas válidas se reformassem na flor da idade sem grande penalização. Fazia tudo isso porque não tinha que olhar para a contabilidade como olhavam os patrões em geral. Quando este Governo começou a anunciar medidas que afectavam gravemente os funcionários públicos, como o corte do subsídio de férias e 13º mês o senhor Presidente da República veio falar em injustiça. Mas ele nunca veio a terreiro defender os cortes de regalias a milhares de trabalhadores de empresas privadas em situação difícil. Injustiça seria os trabalhadores que ganham menos e têm menos regalias serem sacrificados para que os funcionários públicos continuassem a ter as regalias que sempre tiveram. Não quero injustiça para todos mas não quero justiça social só para alguns. Se é Portugal que está em crise são os portugueses que têm que ser chamados a fazer sacrifícios. Todos os portugueses e não alguns. Quanto aos autarcas é hora de reajustar as opiniões que tínhamos do seu trabalho. Fazer obra endividando um município de forma descontrolada não merecia elogio e no entanto foi uma política tantas vezes elogiada. Quem for ocupar cargos públicos daqui para a frente sabe que tem que fazer uma gestão equilibrada da coisa pública e nós, portugueses em geral, vamos aprender rapidamente que as obras que andamos a exigir nas nossas terras, muitas vezes só porque a terra ao lado também tem, são pagas pelo nosso dinheiro e quanto mais exigirmos mais temos que pagar.Jorge Manuel F. Ferreira

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