uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Manutenção de canil de associação de Fátima só com compra do terreno

Manutenção de canil de associação de Fátima só com compra do terreno

Proprietários estão cansados de falsas promessas e afirmam que se o terreno não for comprado conforme o acordo com a APAAF, o canil vai ser desactivado até 4 de Janeiro.

José Vargas está cansado de ler notícias nos jornais onde a responsável pela Associação Protectora dos Animais Abandonados de Fátima (APAAF) afirma que o terreno onde está o canil não tem dono e que vai ficar apenas sem as pessoas que tratam dos animais, que se vão embora no final do ano. A informação foge muito à verdade, afirma. José Vargas garante que todo o espaço da chamada “Quinta da Paz dos Animais” é de sua propriedade e o canil só nasceu ali porque em 2009 a presidente da APPAF, Céu Romeiro, propôs comprar-lhe o terreno. Em ano e meio, o casal de origem brasileira só recebeu foi trabalho e nada de dinheiro. O canil da APAAF funciona no Pessegueiro (Batalha), localidade vizinha de Giesteira, freguesia de Fátima. José Vargas e a esposa, que tinham por profissão tratar de animais, foram morar na quinta em 2005, numa altura em que o espaço era efectivamente um canil chamado “Associação Paz dos Anjos”. Entretanto o proprietário começou a ter problemas com as Finanças e o terreno acabou por passar para José Vargas em 2008.O actual dono reconhece que apesar de ter havido licença para construção, o local nunca esteve devidamente legalizado. Mas como foi assim que o recebeu, assim foi ficando. A quinta situa-se longe de habitações, num espaço amplo e com vários equipamentos preparados para receber animais.Em 2009 a presidente da APAAF propôs-lhe comprar todo o terreno para ali montar o canil da associação. “Mas o tempo foi-se passando, ela foi-se apropriando do espaço e nunca pagou”. Quem trata dos animais, limpa os canis e esteriliza os machos é o casal, que nunca viu dinheiro pelo trabalho que tem tido. Entretanto os animais vão aparecendo e actualmente têm mais de 60.“Já falei com o meu advogado. Ela tem que sair até 4 de Janeiro”, afirma, comentando de seguida que se nesse dia não houver uma compra efectiva o canil é desactivado nem que tenha que chamar a GNR. “A minha mulher não tem folga, até aos domingos porque aparecem pessoas para ver os animais”.A APAAF trata das rações e vai conseguindo apoios, mas a electricidade gasta no canil tem sido sempre paga por José Vargas. A indignação aumentou quando o casal constatou que os animais são vendidos pela APPAF e não doados, como seria suposto para animais que foram encontrados abandonados. Chegaram a ser feitas obras na quinta pela Câmara de Ourém. Mas quando o proprietário se apercebeu que estas tinham sido realizadas sob a afirmação de que aquele era um terreno abandonado, José Vargas apressou-se a procurar os responsáveis municipais para pagar os gastos. José Vargas termina lamentando que com toda a situação os únicos que sofrem são mesmo os animais. A esposa já deveria ter voltado para o Brasil há um ano e só ficou para cuidar dos cães e gatos que nunca mais pararam de aparecer. Entretanto tem mesmo que partir, mas o marido só vai quando a situação estiver resolvida. “Só cuido dos animais até 4 de Janeiro. Até lá faço um ofício à câmara municipal, chamo a GNR e quero tudo daqui para fora”. Contactada recentemente por O MIRANTE, Céu Romeiro deu conta de que a quinta estava em situação irregular, abandonada pelos proprietários e que a pessoa que cuidava dos animais estava de partida para o Brasil, pelo que era necessário avançar com um pedido de usucapião. A responsável já havia falado inclusive com o Santuário de Fátima e apelava a todos os que pudessem ajudar a manter o canil de portas abertas. Entretanto, Céu Romeiro contactou o município da Batalha, que se recusa a fazer qualquer compra caso o espaço não esteja devidamente legalizado. A responsável está a procurar local para deixar os animais, mas afirma que não o consegue fazer até ao final do ano. “Tenho de ter tempo”, refere.
Manutenção de canil de associação de Fátima só com compra do terreno

Mais Notícias

    A carregar...