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Futuro do Clube de Ténis de Santarém está na formação

Com as instalações integralmente pagas chegou a hora de avançar com mais convicção e aposta na formação de jovens tenistas

O CTS - Clube de Ténis de Santarém acabou de pagar a dívida existente em relação às obras de construção das suas instalações. Agora os seus dirigentes querem avançar, ainda mais, com o apoio à formação de jovens tenistas. Apostando agora num projecto que possibilite o arranjo e a cobertura dos courtes 4 e 5 do Complexo de Ténis de Santarém.

Luís Seabra é o presidente da actual direcção que resultou de uma comissão administrativa que havia tomado conta dos destinos do clube em 2007, altura em que o clube atravessava uma fase de quase extinção e foi necessário avançar com uma proposta séria ou o clube fechava portas, ou partia-se para uma reorganização séria.Na altura a opção foi a de continuação do clube. “Venho desde essa altura, na direcção que saiu da comissão administrativa fiquei como vice-presidente, agora já em 2011 fui eleito como presidente de direcção”, esclareceu Luís Seabra, explicando que em 2007 foi preciso avançar com força para que o clube não morresse. “Na altura elaborámos um plano de viabilização, que passava pela ajuda e responsabilização dos sócios. Propus que as quotas passassem de nove euros por ano, para 10 euros por mês, a proposta foi aceite e deu-se aí o ponto de viragem do clube. Na altura solicitámos e foi aceite o pagamento faseado da dívida que ascendia a cerca de 100 mil euros, contámos com a compreensão do senhor Mário Pastilha, proprietário da empresa que tinha feito a obra, e assim conseguimos reunir as verbas necessárias para a sua liquidação”, disse Luís Seabra.Segundo Luís Seabra, não foi fácil chegar ao pagamento final. “A empresa com quem tínhamos feito o acordo teve a infelicidade de falir, por isso tivemos necessidade de fazer uma negociação muito dura com a Massa Insolvente, conseguimos chegar a um acordo com a redução da dívida para 75 mil euros. Como a verba de 15 mil euros que recebíamos do programa de apoio ao associativismo, tudo estava controlado, mas o facto da autarquia ter deixado de pagar complicou a situação. Foi preciso lutar muito para cumprir com os nossos compromissos”, garantiu.Foi desta forma que o clube conseguiu consolidar a sua situação financeira. “Neste momento temos as contas em dia e sem qualquer passivo bancário. Apesar dos tempos difíceis que vivemos, e do facto da Câmara Municipal de Santarém não nos pagar as verbas atribuídas ao abrigo do programa de apoio ao associativismo, enfrentamos o futuro com optimismo”, garantiu o presidente.O CTS voltou-se para o futuro e em simultâneo com o pagamento da dívida avançou com o desenvolvimento desportivo, apostando essencialmente nas camadas jovens, e os resultados estão aí bem visíveis, principalmente nos escalões mais jovens, onde o clube consegue já ter jovens campeões regionais e nacionais e jovens nos estágios das Selecções Nacionais. Por outro lado aumentou bastante o número de crianças e jovens a praticar a modalidade.A participação em torneios federados e não federados aumentou drasticamente, os resultados vão aparecendo e sobretudo o ambiente que se vive no clube tornou-se de tal maneira saudável que a aposta nas famílias é um êxito. Luís Seabra que é também um praticante da modalidade garante que hoje é possível observar mães, pais e filhos a praticarem a modalidade. “Isso enche-nos de alegria. Eu próprio que tenho uma família grande, sentia uma grande frustração de não haver em Santarém uma boa escola de ténis, agora já a temos e os meus filhos são praticantes assíduos”, garantiu.“Temos uma escola que efectivamente ensina os jovens a jogar ténis, os miúdos com cinco, seis e pouco mais anos, não vêm para aqui apenas para mandar bolas para o ar, vêm aprender a técnica para jogar ténis”, referiu com orgulho.O CTS tem neste momento uma centena de sócios e cerca de 90 praticantes, a maioria das camadas jovens. Segundo Luís Seabra o clube queria ter ainda mais jovens, não fecha as portas a ninguém, e por isso a grande frustração passa pelo facto da falta de resposta das escolas não responderem aos seus apelos. “Temos feito tudo para que as escolas aproveitem este espaço maravilhoso, para virem até aqui com os seus alunos, não o temos conseguido. Temos apenas dois casos de excepção, a Escola Sá da Bandeira e o Jardim-de-infância do Choupal, que aproveitam o espaço para algumas actividades, essa é uma das nossas frustrações”, disse.Para Luís Seabra a falta de uma associação de ténis em Santarém também não é um problema. “A Associação de Ténis de Leiria tem desempenhado muito bem a sua missão. Temos o nosso vice-presidente na direcção da associação e faz bem a ligação com os clubes da região. Penso mesmo que criar quintinhas não é uma solução, precisamos é de organismos fortes e que dinamizem a modalidade, o que acontece com a associação que tem sede em Leiria”.Falta estratégia desportiva na Câmara de Santarém Se a Câmara Municipal de Santarém pagasse a verba do programa de apoio ao associativismo que tem em dívida ao CTS o clube partiria de imediato para as obras de isolamento do terraço e recuperação dos pisos e cobertura dos courts 4 e 5. “É para já a nossa grande ambição, não andamos de mão estendida, nem somos subsídio dependentes, mas queríamos ir mais além”, disse o presidente.As verbas que o clube consegue gerar servem para garantir o dia-a-dia sem sobressaltos. Para fazer obras precisava de mais. “Chocamos sempre com a burocracia, andamos há anos a tratar de um protocolo com a câmara para a cedência dos courts 4 e 5, os mais antigos aqui do complexo, agora parece que está pronto, por isso sonhamos já com o seu arranjo e cobertura”, referiu Luís Seabra.Outro dos objectivos dos dirigentes do CTS é proceder à vedação de todo o perímetro do Complexo de Ténis do clube. “Temos feito pequenas obras e pequenas vedações, fazemos uma manutenção cuidada do espaço, mas para fazer uma obra de maior envergadura isso temos que contar com a colaboração da autarquia. Colaboração que passa mesmo pela ajuda a encontrar uma forma de nos candidatarmos aos fundos comunitários”, disse o presidente do CTS.Mas para Luís Seabra, tudo isto se choca com uma grande falta de estratégia desportiva da Câmara Municipal de Santarém. “Em termos estratégicos desportivos a câmara é zero, faz-se tudo à toa, a dispersão de espaços desportivos não ajuda nada. Houve um levantamento feito com o apoio da escola de Rio Maior, há três anos, esse trabalho era para se saber o que se pretendia para o desporto aqui na região. Neste momento nem sequer se sabe onde é que páram esses estudos. Não há qualquer estratégia desportiva em Santarém e é pena porque assim os clubes muito dificilmente vão sobreviver”.

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