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Ambiente e saneamento consomem a maior fatia do Orçamento de Azambuja

Câmara aprova orçamento de 19 milhões com a oposição a dizer que se está perto da ruptura financeira

O orçamento para o próximo ano da Câmara Municipal de Azambuja é o mais baixo dos últimos anos, no valor de 19 milhões de euros. Os principais investimentos serão nas áreas do ambiente, urbanismo e educação. A palavra de ordem é poupar ao máximo e amortizar as dívidas do município, que rondam os 23 milhões de euros. A oposição diz que a ruptura financeira da câmara é um risco real.

No próximo ano a Câmara Municipal de Azambuja vai gastar 5 milhões e 468 mil euros em ambiente e saneamento no concelho, rubrica que ocupa a principal fatia dos investimentos previstos em orçamento para o próximo ano. O orçamento para 2012 foi aprovado na última reunião pública do executivo com os votos favoráveis dos socialistas e os votos contra da CDU e Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra.No total o orçamento para 2012 em Azambuja é de 19 milhões e 616 mil euros, um dos mais baixos dos últimos anos. Além do saneamento e ambiente a câmara prevê gastar 2 milhões de euros em urbanismo e habitação e 1 milhão e 567 mil euros em educação e juventude. Quase 29 por cento da despesa - 5 milhões de euros - diz respeito a custos com o pessoal. O presidente da câmara, Joaquim Ramos (PS), disse estar confiante na capacidade posta no orçamento para enfrentar os cenários adversos que se aproximam mas voltou a lamentar a “queda abrupta nas receitas estruturais” da câmara. Joaquim Ramos disse também não estar nos planos da câmara aumentar qualquer tarifa ou taxa, nomeadamente no que diz respeito aos resíduos sólidos.O orçamento para o próximo ano reflecte também uma forte contenção financeira para fazer face à delicada situação dos cofres da câmara. Recorde-se que a autarquia acumula hoje 23 milhões de euros em dívidas, dos quais 10 milhões são a entidades bancárias e 5 milhões a fornecedores. A Empresa Municipal de Infra-estruturas de Azambuja (EMIA) deve 8 milhões de euros à banca. “Adoptei um estilo de gestão ao longo destes anos virado para a criação de infra-estruturas, este era um concelho muito carenciado nesse aspecto. Fomos fazendo algumas obras dentro dos limites legais do endividamento. Podíamos estar numa situação mais confortável, mas valeria a pena ter deixado o concelho numa situação em que continuava sem essas obras feitas?”, questionou Joaquim Ramos.A oposição foi impiedosa e condenou a redução “brutal” dos apoios concedidos às instituições particulares de solidariedade social e juntas de freguesia, na casa dos 30 por cento. O social-democrata António Jorge Lopes considerou que os números do orçamento reflectem “erros de gestão” e garantiu que a receita obtida no próximo ano vai ficar aquém do esperado. “Este é um orçamento que vai entrar em derrapagem, vamos chegar ao final do ano a discutir um desvio entre os 2 e os 3,5 milhões de euros nas receitas. É um orçamento falido, de uma câmara falida e representa um fim de ciclo, onde o próximo que vier que feche a porta”, acusou.Do lado da CDU, António Nobre considerou que o orçamento “é de risco” e que poderia ter havido mais bom senso na gestão dos dinheiros públicos. “Todos os esquemas paralelos de endividamento, como a EMIA, deram nisto. A ruptura financeira da câmara é um risco provável e poderá acontecer já no próximo ano. E hoje uma câmara vulnerável é um perigo”, disse.

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