Compra do edifício Milho pela Câmara de Abrantes contestada na assembleia municipal
Edifício foi adquirido pela autarquia para instalação da Escola Superior de Tecnologia
A proposta de aquisição foi aprovada por maioria, com 7 votos contra do PSD e as abstenções do CDS, BE, CDU e Independentes pelo Concelho de Abrantes. Câmara vai dar pelo imóvel 895 mil euros ao grupo Lena.
A aquisição do edifício “Milho” pela parte da Câmara de Abrantes, com vista à instalação provisória da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), motivou várias intervenções na última sessão de assembleia municipal. A proposta de compra, no valor de 895 mil euros, acabou por ser aprovada por maioria, contando ainda com 7 votos contra do PSD e as abstenções do CDS, BE, CDU e Independentes pelo Concelho de Abrantes. O deputado João Viana, do movimento independente ICA, defendeu a manutenção da ESTA no centro de Abrantes “custe o que custar” e ao mesmo tempo questionou a presidente da câmara, Maria do Céu Albuquerque (PS), sobre que garantias poderia dar de que a ESTA não será extinta. A autarca respondeu que não poderia dar essa garantia uma vez que a decisão não cabe à Câmara de Abrantes mas que vai lutar e “garantir todas as condições para que a ESTA se mantenha na cidade”.Já a deputada do PSD, Manuela Ruivo, desafiou os deputados a provarem quando é que PSD se mostrou contra a ESTA em Abrantes. Obteve resposta de António Mor (PS) que evocou a declaração de voto dos vereadores sociais-democratas com assento no executivo camarário, aquando da votação em reunião de câmara. “Os vereadores diziam que a ESTA tem os dias contados, tendo em conta o anunciado fim da maioria dos politécnicos”, enunciou. Apesar de tudo, o PSD congratulou-se pelo facto da decisão da ESTA ficar no centro histórico, indo ao encontro das sugestões do seu partido. “Como se trata de uma situação provisória, porque não se instala a escola no antigo mercado diário?”, questionou Manuela Ruivo. O deputado Manuel António, do Bloco de Esquerda, referiu que é aluno da instituição, confirmou as más condições físicas do edifício em que actualmente as aulas decorrem mas considera que o edifício Milho “pode não ter condições para albergar uma escola”, defendendo a instalação definitiva da ESTA no centro histórico, mas num edifício construído de raiz. Pediu ainda à câmara que oiça o que a comunidade tem a dizer sobre o assunto. Pela bancada do Partido Socialista, António Mor repudiou a declaração do PSD, considerando que a compra do edifício Milho “será sempre um bom investimento” e que “a ESTA é determinante para Abrantes e para a região”. O deputado da CDU, Avelino Manana, diz que ficou perplexo com o anúncio da compra deste edifício, questionando se não haveria outro com mais condições e relembrando que a CDU sempre esteve a favor da ESTA e da sua localização no Tecnopólo de Alferrarede, como aliás está previsto. Maria do Céu Albuquerque respondeu às críticas dos deputados com uma frase pragmática: “O pior de uma má decisão é uma não decisão”. A autarca explicou que o executivo camarário não pode ficar a esperar pelos acontecimentos, sob pena de vir a perder a ESTA. Frisou ainda que as actuais instalações da escola são péssimas e que, caso não venha a reunir condições, poderá mesmo ter o seu fim anunciado. “Ou queremos uma escolinha ou uma escola de referência”, disse, evocando o protocolo estabelecido com a NERSANT e empresas, enquanto estratégia e fruto da emergência da situação. “Abrantes tem de manter a sua competitividade e a ESTA é a peça fundamental “, sintetizou. Destino final da ESTA é o tecnopóloInstalados desde 1990 no edifício das antigas Finanças de Abrantes, um espaço bastante envelhecido e sem condições de conforto ou segurança, o edifício agora adquirido ao Grupo Lena vai conferir aos cerca de 600 alunos da ESTA um espaço com “melhores condições de estudo e trabalho”.A transferência está anunciada para dentro de três meses e será temporária, até que o novo edifício da ESTA, a instalar no Tecnopólo do Vale do Tejo, dentro de previsivelmente dois anos, seja uma realidade.
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