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Renovado Manuel Serra d’Aire

O ministro e presidente da Assembleia Municipal de Tomar está a constituir-se uma mais valia para o comércio e para o turismo da cidade do Nabão como ficou provado na semana passada, quando umas boas dezenas de pessoas de toda a região foram até à urbe templária para assobiar e vaiar Miguel Relvas. Numa época de crise como a que se atravessa, todos os contributos para estimular a economia local são importantes. E é certo e sabido que assobiar e vociferar seca as goelas e ajuda a perder calorias, pelo que os cafés e tascas da zona devem nesses dias ter clientela reforçada. Agora só lhes resta pedir que Relvas vá lá mais vezes.O mérito, como é óbvio, é todo do Governo liderado por Miguel Relvas (embora muita gente continue a pensar que quem manda é Passos Coelho) que parece querer mandar fechar tudo o que mexe, como postos de saúde, estações de correios, escolas e juntas de freguesia, e taxar tudo o que pode render mais uns cobres para os cofres do Estado, de estradas a cuidados médicos passando pelo bitoque e o cozido à portuguesa. Só que Miguel Relvas parece estar a esquecer-se de uma coisa: no meio de tudo isto há um ninho de vespas que pode levar o nosso ministro-adjunto a ficar na História deste século como ficou outra figura ligada a Tomar, o marquês da cidade Costa Cabral, no século XIX, ao desencadear uma reedição da revolta popular da Maria da Fonte. Agora não por proibir o enterramento de mortos nos adros das igrejas mas sim por riscar do mapa centenas de juntas de freguesia. Muito cuidado com quem se está a meter senhor ministro, porque se arrisca a ser perseguido por façanhudos presidentes de junta armados de forquilhas e varapaus.Outro político da região que se arrisca a ficar na História, neste caso se levar à prática a peregrina ideia que anunciou recentemente, é o presidente da Câmara da Golegã Veiga Maltez. O aristocrático autarca quer encerrar as estradas do campo no seu concelho durante a noite para evitar o roubo de cobre e de equipamentos agrícolas. Não sei se vai fechá-las a cadeado, se vai construir vedações de arame farpado e electrificado ou se vai criar milícias a cavalo. Mas que a coisa promete converter-se em atracção turística, lá isso promete. Repentista Manuel Serra d’Aire como foram as tuas entradas? Comeste as 12 passas como reza a tradição? Vestiste as ceroulas azuis? Bateste com as tampas dos tachos à janela? Abriste o champanhe? Viste a final da Casa dos Segredos? Eu este ano não fui à Madeira. Preferi a passagem de ano dos tesos em Santarém, porque estamos em época de crise e austeridade e ali havia música à borla, muita carne roliça a transbordar dos vestidos e fogo de artifício com fartura, porque o Moita não brinca em serviço, mesmo estando doente e com os cofres da câmara nas encolhas. Já os romanos diziam que pão e circo nunca poderiam faltar ao povo. E eu concordo, porque tristezas não pagam dívidas. Só foi pena que a cervejinha estivesse a preços mais teutónicos que lusitanos, mas já diz o povo que quem quer festa sua-lhe a testa.Votos de um bom ano do Serafim das Neves

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